Ericsson projeta desafios e impacto na lucratividade em 2023

CEo e presidente da Ericsson, Börje Ekholm. Foto: Ulf Klingström/Wikimedia

A Ericsson publicou nesta sexta-feira, 20, resultados financeiros do quarto trimestre de 2022 e do consolidado do ano passado – além de projetar um cenário de desafios macroeconômicos e pressão sobre a lucratividade em 2023.

"Continuamos otimistas com as perspectivas de longo prazo para nossos negócios", afirmou o CEO e presidente da fornecedora, Börje Ekholm, em comunicado divulgado junto ao balanço. "No entanto, as perspectivas de curto prazo, conforme descrevemos em nosso Capital Markets Day, permanecem incertas".

Entre os "ventos macroeconômicos contrários" estariam a inflação ainda alta e a desaceleração do investimento de operadoras em importantes mercados, como a América do Norte. Em paralelo, a própria execução da estratégia da Ericsson – bastante focada no mercado empresarial – vai afetar os números do ano.

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"A partir de 2024, nossos negócios corporativos serão um dos principais impulsionadores do crescimento e lucratividade de longo prazo da Ericsson; no entanto, esses investimentos pesarão na lucratividade em 2023", admitiu Ekholm. No primeiro trimestre de 2023, o EBITA da companhia já deve apresentar queda, adiantou a companhia.

Divisões

Um dos alvos dos aportes da Ericsson será a atração de APIs para a plataforma de negócios 5G da companhia. O movimento mira o segmento empresarial – cuja divisão cresceu 16% em faturamento orgânico em 2022 (para cerca de US$ 1,5 bilhão em receitas).

Na área de cloud, software e serviços (onde a empresa ainda busca breakeven) houve queda de 1% nos números do ano, totalizando cerca de US$ 5,8 bilhões em receitas. Carro-chefe da Ericsson, a divisão de redes cresceu 4% orgânicos, somando US$ 18,7 bilhões.

No acumulado das divisões, a receita global da Ericsson cresceu 3% em termos orgânicos, com alta de 1% no quatro trimestre. Foram 271,5 bilhões de coroas suecas faturadas no ano, ou cerca de US$ 26,3 bilhões (sendo US$ 8,3 bilhões no último quartil).

Já o lucro líquido apurado no ano recuou 17%, para 19,1 bilhões de coroas suecas (US$ 1,85 bilhão). No trimestre final de 2022, houve redução de 39% na cifra, para 6,2 bilhões de coroas (cerca de US$ 600 milhões). A Ericsson fechou o ano com margem EBITA de 10,8%, contra 17,9% há um ano. A meta da empresa é alcançar 15-18% em 2024.

A companhia já havia avisado que os números mais recentes seriam afetados por fatores como provisão para possível multa nos Estados Unidos, onde violações de um acordo da Ericsson com o Departamento de Justiça local estão sendo investigadas.

O desinvestimento do negócio de Internet das Coisas (IoT) e o término de contratos no segmento cloud, software e serviços também afetaram as cifras do quarto trimestre. Pelo lado positivo, foram registradas receitas de mais de US$ 500 milhões advindas de um novo acordo de propriedade intelectual envolvendo patentes 5G.

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