A Ericsson anunciou nesta quinta-feira, 12, uma provisão financeira de 2,3 bilhões de coroas suecas (cerca de US$ 220 milhões) como salvaguarda para uma potencial multa do Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos.
O movimento está relacionado a supostas violações ao Acordo de Acusação Diferida (DPA) firmado pela fornecedora e o governo norte-americano em 2019. Após notificação do DoJ, a Ericsson não foi capaz de endereçar soluções para as possíveis brechas, ainda que discussões sigam em andamento.
De qualquer forma, US$ 220 milhões serão contabilizados nos resultados financeiros do quarto trimestre, a serem divulgados ainda neste mês. Para a companhia, o montante é "suficientemente confiável" para cobrir eventual penalidade financeira associada à violação do acordo.
A Ericsson firmou o DPA de 2019 com o DoJ norte-americano após violações (anteriores a 2017) ao Foreign Corrupt Practices Act (FCPA), relacionadas a má conduta em determinados países. Na época, a fornecedora já havia concordado em pagar cerca de US$ 1 bilhão em multas.
O compromisso ainda impunha que qualquer brecha ao DPA acarretaria em novos processos contra a companhia. Em 2021 e 2022, a Ericsson já havia sido notificada por falhas na entrega de documentos e informações sobre a investigação interna da empresa a respeito de casos de corrupção no Iraque.
A cifra milionária agora provisionada também cobre despesas estimadas para o período de monitoramento independente de governança da empresa, cujo término foi recentemente estendido do fim de 2022 para até junho de 2024.
Conselho
Também nesta semana, a Ericsson revelou mudanças no conselho de diretores da empresa: atual chairman do colegiado, Ronnie Leten não buscará recondução ao cargo após cinco anos no posto.
O substituto escolhido pelo comitê de nomeações da companhia foi o executivo Jan Carlson; o indicado para o posto de chairman deve ser referendado em assembleia geral de acionistas marcada para março. Carlson já ocupava uma das cadeiras no conselho da Ericsson, bem como posições em empresas suecas do setor automotivo, como a Volvo Group.
A lista de dez nomes indicados para o conselho da fornecedora de equipamentos de telecom ainda conta com duas outras novidades: Christy Wyatt e Jonas Synnergren. Este último também é sócio da Cevian Capital, uma das acionistas da Ericsson.