Ilan Goldfajn assume BID com infraestrutura digital entre prioridades

Ilan Goldfajn. Foto: Reprodução/Youtube

O economista Ilan Goldfajn tomou posse como presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) nesta quinta-feira, 12, e colocou o investimento em infraestrutura digital como uma das prioridades da instituição.

A redução de desigualdades sociais e a mitigação de mudanças climáticas foram os outros dois pontos destacados pelo ex-presidente do Banco Central brasileiro durante cerimônia realizada em Washington, bem como aportes em infraestrutura logística. Em paralelo, Goldfajn também sinalizou desejo de seguir aumentando operações do BID no setor privado.

Sobre a conectividade, o economista lamentou que a velocidade da banda larga móvel na região possa ser até 10 vezes menor que a de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o que afetaria o crescimento da América Latina e do Caribe.

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A própria participação do investimento em infraestrutura sobre o PIB regional (2,8% entre 2008 e 2017) seria apenas a metade do verificado em países do Leste Asiático e do Pacífico, completou Goldfajn, citando infraestrtura digital e física como gargalos.

"Isso também gera oportunidades. Investir em infraestrutura digital não vai melhorar apenas a conectividade, mas também os serviços públicos, a educação e o crescimento de pequenos negócios", argumentou o novo presidente do BID. Recentemente, o banco tem apoiado uma série de iniciativas relacionadas à conectividade no Brasil.

Desafios

Goldfajn ainda pintou um cenário desafiador para a economia global, na esteira da maior pandemia em um século, do cenário de guerra na Europa e da maior inflação em uma geração, com reflexos sociais diretos como insegurança alimentar e energética.

Já na pauta climática, o dirigente afirmou acreditar e, um enorme potencial a ser desbloqueado de "forma sustentável" na região, com destaque para searas como a energia verde. "Devemos facilitar o investimento na mitigação e na adaptação climática e ajudar os países a cumprirem metas do Acordo de Paris", resumiu.

O economista israelense-brasileiro terá mandato de cinco anos à frente do BID, após indicação em 2022 pelo governo federal. Como presidente, Goldfajn supervisionará as operações e a administração do banco, que trabalha com o setor público da América Latina e o Caribe. Além disso, ele vai presidir o Conselho de Diretores Executivos do BID e o Conselho de Diretores Executivos do BID Invest, que trabalha com o setor privado da região. O profssional também passa a presidir o Comitê de Doadores do BID Lab, o laboratório do banco para projetos inovadores de desenvolvimento.

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