APIs de rede são oportunidade para rentabilização do 5G, diz Ericsson

Rodrigo Dienstmann

Para o presidente da Ericsson Latam South, Rodrigo Dienstmann, o mercado de telecomunicações tem um espaço a ser explorado pelas operadoras que é a integração de suas redes com aplicações de terceiros. Esse será um dos caminhos, diz Dienstmann, para o aumento de receitas e rentabilidade das redes 5G. Mas existe um desafio: a integração destas aplicações com as redes precisam se dar por meio de APIs, e esse é um terreno novo para as operadoras.

"Existe hoje um nível de padronização do 3GPP para a exposição das redes (Network Exposure Function – NEFs), mas certamente em redes com diferentes fornecedores, existem algumas especificidades". Para Dienstmann, há um espaço a ser ocupado entre as redes e as aplicações, que funcionaria como os sistemas operacionais dos celulares. Essa foi a razão, segundo ele, da compra da Vonage pela Ericsson. "A Vonage já tinha mais de 100 mil clientes e centenas de operadoras conectadas", diz ele. Como exemplo, ele cita por exemplo funções que permitam a desenvolvedores de aplicações saberem a localização ou a velocidade de deslocamento dos usuários, o que pode abrir a possibilidade para modelos de negócios inovadores. 

Outra aposta da Ericsson é no mercado de redes dedicadas, mas isso é feito por meio de integradores. Ele acredita que mesmo as operadoras de telecomunicações que têm espectro poderão tirar proveito da faixa dedicada pela Anatel a aplicações industriais de 5G (3,7 GHz a 3,8 GHz), para não comprometer a faixa de 3,5 GHz.

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A Ericsson comemora sua posição no 5G brasileiro. Segundo a empresa, 25% das vendas para 2022 já foram de equipamentos 5G, e a expectativa em 2023 é dobrar esse percentual na média, diz Dienstmann.

Sobre o avanço do Open RAN, a Ericsson ressalta que é apoiadora do desenvolvimento das arquiteturas, mas acredita que ela atingirá o ponto de maturidade mais adiante, mais perto do surgimento do 6G do que desse início de 5G. "Há muitas questões ainda abertas, como eficiência energética. A tendência é uma arquitetura aberta, mas ainda existem pontos em que hardware e softwares especializados são mais eficientes ainda". Ele ressalta que a questão energética é crucial para as operadoras de telecomunicações. "Em média, de 2% a 3% da receita das empresas é gasta em custos de energia, e metade disso é gerada pela rede de acesso RAN. Por isso o 5G busca a eficiência energética" .

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