Ericsson vê mercado de redes de acesso 'flat' em 2023 e vai reduzir custos

A Ericsson está projetando um mercado de redes de acesso em rádio (RAN) sem crescimento no ano que vem e prepara iniciativas de redução de custos de cerca de US$ 900 milhões até o fim de 2023.

Nesta quinta-feira, 15, a fornecedora sueca realizou um encontro com investidores onde revelou diretrizes estratégicas para os próximos anos. Entre elas, um maior foco no mercado corporativo e a revisão da estratégia em cloud, software e serviços.

Já no caso do segmento de redes – ou o carro-chefe da empresa -, a expectativa é de um mercado "flat" em 2023, se consideradas todas as tecnologias móveis. A Ericsson avalia que o grande volume de investimentos realizado por operadoras em 2022 (especialmente na América do Norte) começou a normalizar ainda no quarto trimestre deste ano.

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Desta forma, medidas para melhorar a produtividade e a eficiência de capital na cadeia de redes estão nos planos, possibilitando um eventual crescimento nas receitas brutas. Fora da curva no mercado de RAN estariam os equipamentos 5G – que ainda tem muito espaço para crescimento, lembra a companhia sueca.

Apenas 20% das estações fora da China operam o padrão em espectro de banda média, avaliou a fornecedora em seu Capital Markets Day. A Ericsson estima crescimento de 11% para o mercado de RAN 5G nos próximos três anos, em patamar que pode ser até maior a depender de segmentos como acesso fixo móvel (FWA), redes privativas, realidade estendida (XR) e missão crítica.

Divisões

O segmento corporativo é declaradamente o foco da fornecedora. Um dos pilares da estratégia é a oferta de redes wireless privativas. Outro, a oferta de novos modelos de monetização para as próprias operadoras, baseados em funcionalidades como velocidade e latência, alavancando recursos do 5G.

Já a revisão da estratégia em cloud, software e serviços almeja um aumento da lucratividade e breakeven da divisão em 2023. Entre os caminhos para tal estariam a limitação do desenvolvimento de software subescala, a aceleração da automação para reduzir custos de implantação e manutenção e um foco em mercados lucrativos ao invés do ganho de market share.

A área cloud, software e serviços reúne serviços gerenciados, BSS/OSS e o negócio de core de rede da Ericsson, que aumentou market share no ano, mas ainda com lucratividade negativa.

No total, as medidas de redução de custos projetadas pela Ericsson podem alcançar cerca de 9 bilhões de coroas suecas, ou quase US$ 900 milhões. A medida deve incrementar margens da companhia, que trabalha com meta de margem Ebitda entre 15% e 18% a partir de 2024.

Outra alavanca devem ser novos acordos de propriedade intelectual firmados pela empresa, que chegou a um acordo global com a Apple após disputa pelo uso de patentes. "Existe um potencial de crescimento significativo nas receitas com propriedade intelectual nos próximos 18 a 24 meses. O acordo recentemente anunciado coloca a Ericsson em uma boa posição para buscar outros atores atualmente não licenciados. Além disso, novas áreas como eletrônicos de consumo oferecem oportunidades de crescimento".

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