A Oi está buscando investidores e um novo posicionamento de marca para o Centro Cultural Oi Futuro, localizado na cidade do Rio de Janeiro e considerado o principal ativo cultural do instituto de impacto social da operadora.
A estratégia, que será implementada ao longo de 2023, teve pontapé inicial com a nomeação de um comitê estratégico para o espaço. A formação já conta com a presidente do Oi Futuro, Sara Crosman, além dos profissionais Fabio Szwarcwald (ex-diretor do MAM) e Felipe Furtado (head do Ibmec-Tech e ex-diretor do centro de inovação Cesar).
O comitê deve ganhar outros membros na medida que novos mantenedores ingressarem no projeto, sinalizou Crosman em evento com a imprensa na última terça-feira, 6. A escolha pela abordagem colaborativa também tem a ver com o novo momento da Oi – que se desfez da operação móvel e do controle da sua rede de fibra óptica, reduzindo consideravelmente de tamanho.
Negociações com parceiros para o centro já estão em curso e devem ser consolidadas no ano que vem. Também em 2023 está prevista a mudança da marca do centro cultural, com um nome mais "neutro" colaborando na atração de players. Ainda há expectativa de maior disponibilidade de recursos para financiamento de projetos a partir da chegada de outros investidores.
Editais
A Oi, contudo, pretende seguir como principal mantenedora do Centro Cultural a partir do Oi Futuro – que compartilha o mesmo nome, mas não se confunde com o espaço de exposições em solo carioca. Em paralelo, a estratégia de patrocínios artísticos incentivados executada pela operadora também será revista.
Hoje, o tradicional edital de financiamento de projetos culturais da Oi está na 17ª edição, com suporte para a execução de cerca de 40 iniciativas ao ano. A partir de 2023, o trabalho será dividido em duas etapas: no primeiro semestre serão selecionados apenas projetos nacionais nos estados com leis de fomento à cultura consideradas "operacionais" pela operadora.
Ao menos 13 unidades federativas se enquadram neste requisito atualmente, em número que pode crescer no ano que vem, de acordo com Crosman. Nesta primeira etapa, o financiamento deve ser responsabilidade da Oi. Já no segundo semestre, um segundo edital exclusivo para a programação do Centro Cultural no Rio de Janeiro será aberto, já dentro da perspectiva da chegada de parceiros investidores.
Reabertura
Em 2022, o Centro Cultural Oi Futuro reabriu as portas por completo e sediou dez exposições (como a segunda edição da Bienal de Arte Digital) e sete peças de teatro. Com movimento estimado em 100 mil visitantes ao ano, o espaço também abriga o Museu das Comunicações e Humanidades (Musehum, ou o antigo Museu das Telecomunicações).
A mudança de nome do centro deve refletir na adoção de um conceito "figital", permitindo ativações culturais em outros estados com ajuda de parceiros e soluções tecnológicas. Após o rebranding, um edital público para escolha de um novo diretor artístico para o espaço também está previsto.
Vale lembrar que o Instituto Oi Futuro ainda toca o projeto educacional Nave em parceria com secretarias estaduais de educação do Pernambuco e Rio de Janeiro; novidades na iniciativa serão anunciadas em breve pela empresa e também podem envolver parceiros para expansão, sinalizou a operadora.
Longa data
A jornalistas, Sara Crosman recordou que iniciativas de responsabilidade social e apoio à economia criativa são tocadas pela Oi há vinte anos – ou muito antes da sigla ESG (governança ambiental, social e corporativa) passar a existir. Em 2023, um realinhamento da atuação da operadora nesta esfera é algo que faz parte dos planos, como apontou TELETIME em outubro.
Em paralelo, outro projeto em curso na operadora é a reabertura do espaço de inovação e startups Oito. A reativação também envolve a atração de novos mantenedores dispostos a assumir parte dos investimentos ao lado da Oi. (O jornalista viajou ao Rio de Janeiro a convite da Oi).
