Receita de fibra da Oi cresce, mas empresa volta a ter prejuízo no trimestre

Novo posicionamento da Oi. Foto: Divulgação

O balanço financeiro da Oi no terceiro trimestre e publicado na noite desta quarta-feira, 9, refletiu impacto da venda do controle da V.tal e da Oi Móvel. Os efeitos das operações foram sentidos até maio e março, respectivamente, o que afeta a comparação com o ano anterior. Por isso, os indicadores mostraram não apenas recuo das receitas e do EBITDA, mas também aumento do prejuízo.

A receita apresentou queda de 38,7% no trimestre, totalizando R$ 2,770 bilhões. No acumulado dos nove meses, a queda foi de 25,5%, total de R$ 9,955 bilhões. 

Entretanto, a Oi considera que o terceiro trimestre marcou o início do novo modelo operacional, com crescimento nas receitas do novo core, focado em fibra e na Oi Soluções (segmento de B2B). Assim, considerando apenas essas operações continuadas houve um aumento de 10% no trimestre, totalizando R$ 2,445 bilhões. De janeiro a setembro, esse recorte apresentou receita de R$ 6,806 bilhões, aumento de 2,3%. 

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No recorte da fibra, a receita foi de R$ 1,053 bilhão nos três meses, aumento de 30,8%. Na soma de janeiro a setembro, foi de R$ 2,923 bilhões, crescimento de 40,1%. Já a Oi Soluções subiu 14,3% no trimestre e 2,6% no acumulado, ficando em, respectivamente, R$ 745 milhões e 2,051 bilhões. 

A receita líquida do legado, isto é, telefonia e banda larga em cobre (xDSL), caiu 40,7% no trimestre, total de R$ 454 milhões; e 39,4% nos nove meses, total de R$ 1,546 bilhão. 

Impacto

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) reportado no período de julho a setembro foi de R$ 110 milhões, uma queda de 92,2% no comparativo anual. Considerando o acumulado desde janeiro, contudo, ainda há o reflexo do segundo trimestre, totalizando R$ 9,942 bilhões, aumento de 97,4%. A margem EBITDA reportada ficou em 4%, contra 30,9% no ano passado. No acumulado, a margem ficou em 99,9%, ainda por conta do segundo trimestre. 

Considerando o EBITDA de rotina, que desconsidera certos efeitos, o total no trimestre foi de R$ 168 milhões, um recuo de 88,5%. Nos nove meses, foi de R$ 1,808 bilhão, recuo de 53,4%. A margem EBITDA de rotina ficou em 6,1% e 18,2%, respectivamente. Segundo a companhia, a redução ocorreu como impacto da "venda da operação móvel, que possuía uma maior margem, além do novo modelo de operação de fibra". Nesse contexto, a operadora afirma que a "venda parcial da V.tal permite maiores oportunidades para expansão de FTTH, com os impactos positivos na troca de Capex por Opex", e alega que a nova dinâmica permitirá maior eficiência em geração de caixa operacional.  

O prejuízo líquido de R$ 3,064 bilhões é uma redução de 36,3% em relação ao terceiro trimestre de 2021, mas aumentou no comparativo com o segundo trimestre (quando registrou prejuízo de R$ 321 milhões). No acumulado do ano, o prejuízo líquido foi menor: R$ 1,603 bilhão contra R$ 6,711 bilhões no ano passado.

Por sua vez, a dívida líquida caiu 38,7% e encerrou setembro em R$ 18,344 bilhões. O caixa disponível, contudo, também caiu: 13,1%, passando a ser de R$ 3,590 bilhões, mesmo que a operadora tenha investido 73,6% menos no trimestre, totalizando R$ 480 milhões; e 77,5% nos nove meses, totalizando R$ 1,254 bilhão. 

Operacional

A Oi encerrou setembro com 7,538 milhões de unidades geradora de receita (UGR), um avanço de 19,9% no comparativo anual. Do total, 3,780 milhões são de banda larga (aumento de 21,3%), 3,690 milhões de voz fixa (crescimento de 20,1%) e 68 mil (queda de 28,8%) de IPTV. 

A companhia totalizou ainda 3,824 milhões de casas conectadas com fibra (FTTH), um avanço de 20,8%. Mas o ritmo de 146 mil adições líquidas foi 55,2% menor do que no ano anterior. Segundo a operadora, isso foi impacto de ajustes na gestão de aquisição, por sua vez derivado de condições macroeconômicas e churn "involuntário" e inadimplência, apesar de ter mostrado melhoria em maio. 

A empresa destaca ainda que, com o avanço da fibra, cresceu a receita média por usuário (ARPU): 4,8%, totalizando R$ 93. Há também uma priorização na "qualidade da base entrante, com maior foco em regiões de maior poder aquisitivo e consequente melhor score de crédito". 

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