A operadora de satélites SES anunciou nesta terça, 30, a aquisição integral da Intelsat por 2,8 bilhões de euros (US$ 3,1 bilhões), em uma operação já aprovada pelo conselho das duas companhias. É a maior operação entre duas empresas de satélite até hoje.
O valor está sujeito a ajustes e a transação, obviamente, depende de aprovações regulatórias em todo o mundo, esperadas para a segunda metade de 2025. A SES estima em 85% as sinergias que poderão ser atingidas em relação ao valor da operação. A sede da empresa seguirá em Luxemburgo, base da SES.
As duas empresas consolidam uma estratégia multi-órbita, além de espectro e atuação em segmento terrestre. Também é esperada uma ampliação da capacidade de investimentos, e uma receita combinada de 3,8 bilhões de euros, capacidade já contratada de 9 bilhões de euros e EBITDA ajustado de 1,8 bilhão de euros.
A aquisição será feita com o caixa da SES e novo endividamento a ser contratado. As sinergias são esperadas na combinação dos esforços de vendas, despesas administrativas e custos terceirizados, além de uma otimização da estrutura terrestre e da frota de satélites, o que deve ser feito logo após a aprovação. Até a conclusão do negócio, as duas companhias seguem operando de maneira independente.
As duas empresas combinadas terão mais de 100 satélites geoestacionários em órbita, 26 satélites MEO e frequências nas bandas C, Ku, Ka, X, e UHF. Ainda são esperados mais 8 novos satélites GEO e 7 satélites MEO a serem lançados até o final de 2026.
Para Adel Al-Saleh, CEO da SES, a operação "transforma e fortalece o negócio, ampliando a capacidade de prover serviços globais, e cria valor significativo para os acionistas". Já David Wajsgras, CEO da Intelsat, exaltou a recuperação da companhia nos últimos 10 anos e reforçou que a combinação da força econômica combinada das duas empresas criará soluções mais competitivas.
Análise
A fusão entre as duas empresas já havia sido tentada no passado, mas chegou a um impasse em razão das dificuldades de se estabelecer a governança das duas empresas combinadas. Com a compra da Intelsat pela SES, aparentemente estas dificuldades foram contornadas. De qualquer forma, era uma resposta óbvia e esperada aos desafios pelos quais o mercado de satélite passa, sobretudo com a mudança no cenário competitivo decorrente das constelações de órbita baixa e necessidade de investimentos crescentes em inovação e redução de custos.