Em encontro com Conexis, ministro cobra de operadoras sobre 4G; teles apresentam plano estruturante

Foto: Pablo Le Roy/MCom.

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, recebeu nesta quarta-feira, 25, representantes da Conexis Brasil Digital e das operadoras de telecomunicações Telefônica/Vivo, Oi, Tim, Algar, Claro e Sercomtel.

Na ocasião, o ministro informou que a pasta e a Anatel têm recebido reclamações de usuários a respeito do funcionamento do 4G, em decorrência da chegada da quinta geração de dados móveis. "Quando a gente ouve que a qualidade do 5G está sendo questionada, temos o argumento de que é uma coisa nova que está sendo implantada. Mas, quando você começa a ter reclamação de que o 4G, que era bom, ficou ruim, aí é difícil de explicar", relatou o ministro das Comunicações na reunião.

Juscelino destacou que essa é uma realidade em vários locais do País. "A gente vai fazer uma pesquisa de opinião pública sobre isso. E queria estender essa preocupação a vocês, que são responsáveis por grande parte dos usuários dessas tecnologias no país inteiro, para que vocês também busquem fazer um diagnóstico", finalizou o ministro.

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A pasta informou também que tem acompanhado a implantação do 5G em todo o país, um serviço que vem sendo executado pelas empresas vencedoras do Leilão do 5G, com o aval da Anatel.

Onde está o problema?

Segundo apurou este noticiário, as operadoras receberam com surpresa reclamações sobre o desempenho da rede 4G, já que os indicadores operacionais não mostram nenhuma saturação adicional da rede. Há duas suspeitas sobre o que poderia estar gerando o ruído captado pela Anatel e pelo Ministério das Comunicações: um aumento das reclamações decorrentes da incorporação dos clientes da Oi Móvel pelas empresas compradoras, o que causou alterações de percepção decorrente das coberturas diferentes de cada operadora compradora; ou problemas no uso dos serviços de voz sobre LTE e voz sobre WiFi, que passaram a ser disponibilizados e estimulados pelas operadoras por meio da configuração dos aparelhos. Não são raros os relatos de problema completamento de chamadas e interrupção de conversas de forma abrupta quando a ligação telefônica se dá por meio da rede de dados 4G ou WiFi.

Essa migração dos serviços de telefonia para a rede de dados se dá por três razões: porque a rede 5G não tem suporte a voz e, portanto, o usuário precisa utilizar VoLTE para fazer uma chamada telefônica; oferecer uma qualidade de som compatível com as chamadas por aplicativos OTT, como o Whatsapp; e permitir a liberação de espectro na rede 3G, que tende a ser desativada em médio prazo pelas operadoras. Os serviços de voz no celular funcionam, tipicamente, na rede 3G.

Desafios do setor

A Conexis Brasil Digital e as operadoras apontaram os principais desafios que o setor enfrenta: carga tributária e o roubo e furto de cabos e equipamentos, pedindo o avanço da legislação, para endurecer as sanções em casos como esses.

Em 2021, 7 milhões de pessoas ficaram sem internet por roubos e furtos de cabos e equipamentos, segundo a Conexis. "Este é um tópico que afeta todas as operadoras. Existe um projeto de lei tramitando no Congresso, que aumenta a pena, pune o receptor e retira as multas regulatórias quando a não prestação de serviços está relacionada ao roubo de cabos e equipamentos", afirmou o presidente Executivo da Conexis Brasil Digital, Marcos Ferrari, fazendo referência ao PL 5846/2016, que criminaliza a prática de furtos e roubos de cabos.

Brasil + Digital

O grupo apresentou ao ministro das Comunicações propostas para um "Brasil + Digital", baseadas em quatro eixos principais: ambiente de investimento e cidadania digital; ecossistema competitivo; ambiente de negócios e ambiente de inovação; e equilíbrio tributário e massificação do uso.

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