Primeiro semestre de 2022 registra 2,3 milhões de metros de cabos de telecom furtados

O Brasil registrou nos primeiros seis meses de 2022 o furto de 2,34 milhões de metros de cabos de telecomunicações, de acordo com dados da Conexis Brasil Digital divulgados nesta terça-feira, 6. Essa quantidade seria suficiente para cobrir duas vezes a distância em linha reta entre as cidades do Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Segundo a entidade que reúne as principais operadoras de telecomunicações brasileiras, essas práticas criminosas deixaram mais de 4 milhões de clientes sem acesso a serviços de telecomunicação e, com isso, privados de comunicação crítica com serviços como polícia, bombeiros e emergência médica.

O volume representa um aumento de 28% em relação ao semestre anterior, quando foram furtados 1,83 milhões de metros. Essa alta ocorre depois de o setor ter registrado uma queda de 11% no volume de cabos furtados ou roubados em 2021, na comparação com 2020. Assim, retoma o patamar registrado no primeiro semestre de 2021, quando foram furtados ou roubados 2,3 milhões de metros de cabos de telecom.

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A alta registrada na comparação com o volume furtado no segundo semestre de 2021 reforça a preocupação do setor com relação a essas ações criminosas. São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro são os estados que mais sofreram com o problema.

Dos estados que mais registram esse tipo de crime, o Espírito Santo foi o que registrou a maior alta. O volume de cabos de telecom furtados ou roubados no estado cresceu 162% na comparação com o semestre anterior e frente ao primeiro semestre de 2021 mais que triplicou, registrando um aumento de 245%. No total, foram furtados nos estados 182.063 m de cabos.

São Paulo, que segue sendo o estado que mais sofre com essas ações, registrou um aumento de 16% no volume de cabos furtados na comparação com o semestre anterior, mas registrou uma redução de 21% na comparação com o primeiro semestre de 2021. O estado soma 490.761 metros de cabos furtados.

O Paraná registrou aumento de 29% frente ao semestre anterior e alta de 113% na comparação com o primeiro semestre de 2021. Ao todo foram 487.733 metros de caos furtados. Já Minas Gerais registrou alta de 74% frente ao segundo semestre de 2021, com 317.342 metros roubados.

Rio de Janeiro

Ao longo de todo o ano de 2021, principalmente no segundo semestre, a Conexis diz que setor intensificou o diálogo com autoridades federais, estaduais e municipais, com destaque para o Rio de Janeiro, para a promoção de ações de combate ao furto, roubo e vandalismo de cabos e equipamentos. O estado fluminense registra 161.751 metros de cabos furtados.

Com isso, o Rio registrou uma queda de 52% em 2021 na comparação com 2020. No primeiro semestre o estado caiu para a quinta posição entre os que mais sofrem com o problema, e apesar de ter apresentado uma alta de 63% frente ao segundo semestre de 2021, o que a Conexis diz que "merece atenção", na comparação anual houve uma queda de 60%.

"O setor de telecomunicações reconhece o esforço conjunto das autoridades estaduais, por meio das secretarias de segurança pública e das polícias, na implementação de iniciativas de combate a furtos, roubos e receptação de cabos e equipamentos", afirmou o presidente executivo da Conexis Brasil Digital, Marcos Ferrari. "Defendemos políticas públicas de combate aos furtos, roubos e receptação de cabos e equipamentos e a aprovação urgente do PL 5846/16, que aumenta a punição para esses crimes", completou Ferrari.

Punição para receptadores

O setor também defende a punição de empresas que compram equipamentos furtados ou roubados, além da mudança da regra que penaliza as operadoras quando o serviço é interrompido em decorrência do crime. O roubo e furto de cabos de telecom se somam a um outro problema igualmente delicado, diz a Conexis, que é o bloqueio de acesso das equipes das prestadoras para a manutenção de seus equipamentos, usados para a prestação do serviço.

Segundo a entidade, as operadoras ficam sem acesso aos equipamentos e impedidas de dar a manutenção necessária à prestação do serviço, assim como para a eventual substituição dos itens roubados. "Já os consumidores ficam reféns, privados dos serviços ou obrigados a contratá-los de empresas ilegais, controladas por criminosos, sem quaisquer direitos, garantias e sujeitos a preços abusivos", afirma a Conexis.

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