Dados divulgados pela Conexis Brasil Digital indicaram que as operadoras de serviços de telecomunicações recolheram R$ 5 bilhões para fundos setoriais durante o ano de 2023.
Ao todo, o setor contribui para cinco fundos: Fistel, Fust, Condecine, Funttel e CFRP. No entanto, quase a totalidade dos valores recolhidos não são revertidos à cadeia. De acordo com a Conexis, dos R$ 246,8 bilhões (valores atualizados pelo IPCA) recolhidos nos últimos 22 anos, apenas 8,9% foram aplicados no setor de telecom.
Mas a Conexis também ressalta que, pela primeira vez desde 2001, recursos do Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) foram aplicados no financiamento de projetos de telecom. Em 2023, o setor recolheu R$ 1,3 bilhão a título de Fust.
"O BNDES ofereceu R$ 220 milhões em linhas de crédito para proporcionar a expansão da conectividade. O fundo foi criado em 2000, mas até então nada dos recursos havia sido usado para ampliar a conectividade", afirmou a entidade.
"Começamos a ver, em 2023, 23 anos após a criação do Fust, uma mudança dessa realidade e parte dos valores recolhidos pelo setor estão retornando em projetos de conectividade e inclusão digital", comemorou Marcos Ferrari, presidente-executivo da Conexis.
Dos valores arrecadados pelos fundos
De acordo com os dados da Conexis, em 2023, o Fistel representou 37% do valor arrecadado pelos fundos setoriais com R$ 1,8 bilhão, seguido pelo Fust que arrecadou R$ 1,3 bilhão – 26% do total – e do Condecine, para o qual foram recolhidos R$ 1,2 bilhão, 23% do total.
O Funttel e a CFRP representaram 7% da arrecadação total cada (R$ 327,9 milhões para o Funttel e R$ 342,8 milhões para CFRP).
O valor recolhido em 2023 foi praticamente o mesmo recolhido em 2022. Na comparação com 2021, ano impactado pelo leilão do 5G, houve uma redução nominal de cerca de 28%.