Além do plano de adquirir a operação móvel e a unidade de torres da Oi, a Highline também pretende comprar a unidade produtiva isolada (UPI) de infraestrutura da operadora, a InfraCo. Contando com as propostas pelas diferentes unidades da operadora, a empresa de infraestrutura pretende investir pelo menos RS$ 22,6 bilhões ao todo. Sem contar investimento adicional de R$ 5 bilhões previstos na compra da InfraCo e a eventual participação no leilão de 5G da Anatel em 2021.
A etapa da InfraCo, contudo, está em um estágio ainda inicial de avaliação de propostas. Conforme apurado por TELETIME, a Oi já está recebendo os interessados, mas ainda não há valores ou qualquer tipo de decisão de prioridade.
A proposta da Highline é de ser uma empresa "realmente neutra", sem ter nenhum traço de concorrência com alguma operação atual. Isso é uma proposta diferente do que a da TIM, por exemplo, que pretende montar uma rede neutra, mas ainda atuando como operadora de acesso FTTH até o usuário final. No caso de a companhia de infraestrutura conseguir a InfraCo, a proposta é ser um investidor independente controlando a rede neutra. Naturalmente, a ideia é ter as operadoras interessadas em utilizar o ativo, e não concorrer com elas.
Fase inicial
Entre as propostas recebidas pela Oi pela InfraCo, a Highline já formalizou o interesse. Vale ressaltar que, conforme apurado por TELETIME com diferentes fontes, a empresa não está entrando no processo em parceria com a Algar Telecom, ao contrário do que se aventou na imprensa nos últimos dias.
A segunda fase para um processo mais estruturado, como ocorre agora com a Oi Móvel, ainda deverá acontecer em outro momento. Agora, a operadora estaria "sentindo" o interesse do mercado e de quem são os players dispostos a entrar com lances no ativo de infraestrutura.
Conforme a proposta de aditamento ao plano de recuperação judicial, a Oi pretende colocar à venda a UPI de infraestrutura por R$ 6,5 bilhões, com previsão de um investimento adicional de R$ 5 bilhões. Essa unidade inclui quase 400 mil km de infraestrutura ótica (388 mil km de redes de fibra e 43 mil km de dutos).
Plano B
Nenhum martelo foi batido, então a Highline ainda não tem garantia de aquisição de nenhum dos ativos. Caso isso não ocorra, ainda há outra possibilidade para a companhia: aproveitar as novas condições de mercado. Uma vez que a proposta vinculante da empresa tem exclusividade no leilão da Oi Móvel, ela atua como 'stalking horse', para participação no processo competitivo, garantindo assim o direito de cobrir ('right to top') outras propostas recebidas. A empresa estaria preparada financeiramente para isso, mas, na eventualidade da Claro, TIM e Vivo fizerem um lance ainda maior, a Highline pode perder a competição.
O que aconteceria é que as operadoras precisariam desembolsar bem mais do que os US$ 15 bilhões iniciais do lance mínimo exigido pela Oi. Combinado com os gastos do futuro leilão de 5G, as empresas ficariam descapitalizadas para investimentos em infraestrutura. E aí a Highline pretende entrar com uma proposta semelhante, mas agora com escopo mais focado: atuar como rede neutra para cidades abaixo de 30 mil habitantes, por exemplo. De toda forma, o plano da empresa continua sendo o de entrar agressivamente com fibra.