Brasil pode contribuir com conectividade na África, diz Juscelino

Foto: Shizuo Alves/MCom

Ministro das Comunicações, Juscelino Filho afirmou na manhã desta terça-feira, 23, que o Brasil poderá colaborar com o continente africano ao compartilhar as políticas públicas de conectividade adotadas por aqui. 

Apesar da evolução nos últimos anos, ainda existem diferenças de acesso à Internet importantes tanto no Brasil quanto na África entre áreas urbanas e rurais, especialmente em localidades remotas, declarou o ministro, durante participação no evento Conexão Brasil África (promovido pelo portal Tele.Síntese).

Para superar a brecha digital nos países africanos de língua portuguesa, Juscelino afirmou que é possível avaliar a experiência brasileira e compartilhar políticas públicas e ações regulatórias efetivas que criaram um ambiente favorável aos investimentos, identificando modelos de negócio que viabilizam a expansão das redes de banda larga.

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Assim, ele ressaltou a importância das prestadoras de médio e pequeno porte (PPPs) no desenvolvimento do segmento nacional de acesso à Internet. De acordo com dados da Anatel, o Brasil conta com aproximadamente 48 milhões de acessos de banda larga fixa, sendo que mais da metade, 25,5 milhões, são providos pelas PPPs.

"A realidade nos países africanos de língua portuguesa é atualmente bastante diferente dessa do Brasil, o que indica grandes desafios, mas também oportunidades para empreendedores brasileiros", seguiu o ministro. "Quando se considera a oferta de serviços de conexão à Internet, somados aos números da telefonia móvel e da banda larga fixa, verifica-se que há um grande mercado a ser desenvolvido nesses países."

Outras políticas destacadas por Filho para promover a universalização dos serviços de telecom no Brasil foram os compromissos de cobertura assumidos pelas prestadoras de serviços na licitação do leilão do 5G, passando por iniciativas como o Programa Norte Conectado, o  Nordeste Conectado e dos projetos apoiados com os recursos do Fust

Cabos submarinos

Juscelino Filho ainda declarou que a presença de pontos de aterragem de cabos submarinos estimula o desenvolvimento de todo o ecossistema de infraestrutura digital, incluindo centros de dados, pontos de troca de tráfego e redes de distribuição de conteúdos.

"O Brasil hoje possui vários cabos submarinos ligando o país diretamente às Américas, à Europa e também ao continente africano. Para ele, o cenário mostra "a pujança do setor de telecomunicações no nosso país", o que também sinaliza "excelentes oportunidades para a indústria brasileira, inclusive com possibilidades de oferta da tecnologia aqui produzida para novos mercados."

Além disso, o ministro das Comunicações ressaltou a importância da regulação no mercado de interconexão IP, sobretudo a implantação de pontos de troca de tráfego neutros, os chamados Internet exchange points (IXP). "Foi muito importante no Brasil, dado que os backbones de Internet em fibra óptica tendem a convergir em um número muito reduzido de locais onde se interconectam com os cabos submarinos que ofertam capacidade de transporte internacional de dados", afirmou.

Para ele, é essencial que as operadoras de redes menores possam acessar as instalações de interconexão – uma estrutura que oferece serviços adicionais com maior eficiência de roteamento, latência reduzida e requisitos de qualidade. "Esses pontos de troca têm o efeito de melhorar a topologia da Internet, aumentar a capacidade e a conectividade, reduzir a latência e também o custo da troca de tráfego."

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