Exatos 12 meses após ser nomeado CEO da Alcatel-Lucent (ALU), Michel Combes aproveitou a conferência para analistas e imprensa da empresa que antecedeu o Mobile World Congress (MWC) 2014, que acontece esta semana em Barcelona, para fazer um balanço positivo em termos financeiros e lançar uma meta ambiciosa: voltar a inovar e ser líder da indústria. "A primeira coisa que tivemos que fazer era afastar a dúvida das questões da sustentabilidade da empresa, se estaríamos vivos em 12 meses. Um ano depois somos uma companhia diferente, confiante, mais forte do ponto de vista financeiro. Tínhamos alguns problemas de liquidez, que felizmente foram superados, e hoje estamos prontos para competir e trazer inovação", assegura Combes.
O executivo, obviamente, reconhece o tamanho do desafio, uma vez que "uma empresa com 70 mil empregados não se muda do dia pra noite", mas acredita que conseguirá fazer a Alcatel-Lucent aumentar sua rentabilidade para voltar a investir. "Todos sabemos o que devemos fazer para recuperar a liderança, que é o que temos como meta", pontua. Combes se refere ao foco da empresa em áreas com grande potencial de crescimento – como IP, routing e transporte ótico.
O CEO, contudo, vai além: "Apostamos no cloud, porque as redes e a nuvem tendem a se fundir; e, na área de acesso, queremos ser líderes em banda ultralarga, tanto fixa, com acessos FTTH, quanto móvel, com LTE."
O caminho traçado pela ALU está em linha com o que começou a se delinear como tendência ainda na edição de 2013 do MWC, a de virtualização de redes das teles. "O que realmente quero com essas novas frentes é promover a nova arquitetura de rede, mais rápida, integrada com a nuvem, distribuída, segura e centrada no usuário. E vamos conseguir isso colocando inovação em primeiro lugar", detalha.
Parcerias
As parcerias são vistas por Combe como uma maneira de "voltar a incendiar" a inovação. A primeira foi anunciada ainda no ano passado, com a Qualcomm, para o desenvolvimento de tecnologias e aplicações de small cells. Hoje o CEO anunciou uma com a Intel para acelerar a migração da indústria para a nuvem com otimização de Network Functions Virtualization (NFV) baseada na arquitetura Intel. A parceria deve melhorar o time-to-market e a eficiência operacional das soluções. "As soluções de Evolved Packet Core baseadas em arquitetura Intel dará escalabilidade para nossos clientes para necessidades de ampliação de capacidade especifica e depois realocá-la. É outra forma de monetizar a rede", diz Combe. A Intel tem muita experiência em revolucionar pra onde vai a tecnologia e trabalhamos na última década com virtualização no data center. Acho que a Alcatel-Lucent está no caminho certo, completou a presidente da Intel, Renée James.
