A Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês), agência responsável pela regulação das comunicações nos Estados Unidos, demandou mais recursos para remover equipamentos de fornecedores chineses, como Huawei e ZTE, de suas redes wireless.
Segundo a FCC, os parlamentares norte-americanos aprovaram apenas US$ 1,9 bilhão dos cerca de US$ 5 bilhões necessários para implementar as mudanças no âmbito do programa "Remover e Substituir". Portanto, faltariam outros US$ 3,1 bilhões.
De acordo com a agência, cerca de 40% das operadoras de telefonia de telefonia do país estão recebendo ajuda para remover equipamentos produzidos por fornecedores chineses.
Assim, o órgão pede ao Congresso mais recursos para prosseguir com a iniciativa. Em carta enviada aos parlamentares, a presidente da FCC, Jessica Rosenworcel, pediu urgência para aprovar o 'funding' adicional, alegando riscos quanto à segurança nacional. "A implementação bem-sucedida do Programa de Reembolso é uma das principais prioridades da Comissão", afirmou Rosenworcel.
Ainda de acordo com a FCC, diversos beneficiários informaram que a falta de financiamento pode resultar no desligamento de suas redes ou na necessidade de sair do programa. Como os beneficiários da iniciativa atendem a muitas áreas rurais e remotas do país, onde podem ser o único provedor de serviços de banda larga móvel, o desligamento de toda ou parte de suas redes poderia eliminar o único provedor em algumas regiões.
Até agora, o programa recebeu mais de 20 mil pedidos de reembolso em 122 das 126 inscrições aprovadas para financiamento, diz a FCC. A agência concedeu 64 prorrogações de prazo para cumprir suas obrigações no âmbito do "Remover e Substituir", incluindo 52 baseadas total ou parcialmente na falta de financiamento.
Certificação
Em paralelo, na última quarta-feira, 1, Jessica Rosenworcel e o conselheiro da FCC, Brendan Carr, anunciaram uma proposta para que certificações de equipamentos sem fio não possam mais ser feitas "por entidades que tenham sido consideradas preocupações de segurança nacional", em outra medida contra as chinesas.
Segundo a agência, a ideia é construir uma cadeia de suprimentos mais "segura" e "resiliente", que seja "resistente" às ameaças evolutivas de segurança nacional. Na semana passada, a FCC negou laboratório de testes da Huawei de participar de programa de autorização de equipamentos.
Já a nova iniciativa proibiria permanentemente a Huawei e outras entidades da lista da FCC de integrarem qualquer papel no programa de certificação de equipamentos. Para Carr, a proposta iria "garantir que os laboratórios de teste e os corpos de certificação que revisam dispositivos eletrônicos para conformidade com os requisitos da FCC sejam eles próprios atores confiáveis nos quais a FCC possa confiar."