Quatro meses após manifestação do governo em favor de parceria com a operadora de Internet via satélite Starlink, o Ministério das Comunicações (MCom) anunciou nesta quinta-feira, 22, uma escola na Amazônia equipada com o serviço.
A instituição escolhida fica em Careiro da Várzea (AM), a 25 km de Manaus, conforme anúncio realizado no Twitter pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria. Presidente e COO da SpaceX (dona da Starlink), Gwynne Shotwell participou presencialmente do lançamento, ao passo que o fundador da companhia, Elon Musk, teve participação remota.
Segundo apurou TELETIME, a ativação ocorreu na forma de uma doação de Musk. Em maio, um acordo para a constelação de satélites de baixa órbita (LEO) conectar a Amazônia chegou a ser anunciado em encontro do bilionário com Jair Bolsonaro, mas não há notícia de que convênio formal tenha sido firmado desde então. Em agosto, Faria manifestou expectativa que a constelação participasse de licitação para fornecer o serviço.
Na maior parte da Amazônia, a previsão oficial de cobertura pela Starlink é no primeiro trimestre de 2023. Nesta quinta-feira, a cidade de Manaus e arredores passaram a constar como áreas comercialmente atendidas pelo serviço. Na última quarta-feira – quando TELETIME publicou análise sobre a performance da Starlink no Brasil -, o serviço ainda não estava disponível na região.
Não existe, até o momento, nenhum processo aberto no Ministério das Comunicações envolvendo qualquer tipo de parceria, contratação ou convênio com a Starlink, mostra o sistema SEI do ministério. O MCom foi questionado sobre a evolução das negociações formais com a Starlink e uma resposta da pasta será incluída neste texto assim que disponibilizada. Hoje, o governo federal utiliza tecnologia satelital para conectividade no âmbito do Wi-Fi Brasil (antigo Gesac), utilizando o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), explorado por Viasat e Telebras, por meio do qual atende a 15 mil pontos, ainda que com velocidades menores do que as oferecidas pela Starlink.