O Programa de Formação Docente em Competências Digitais vem impulsionando o desenvolvimento de educadores no ambiente digital. Implantado na rede estadual de ensino no Mato Grosso entre 2022 e 2023, ele teve como objetivo de aliar competências digitais ao processo de aprendizagem nas escolas públicas.
As instituições responsáveis, Fundação Telefônica Vivo, Instituto Natura e Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), lançaram na última quinta-feira, 25, um documento com a sistematização do trabalho realizado.
Entre 2022 e 2023, constatou-se um aumento no percentual de educadores avaliados em patamares de apropriação tecnológica considerados adequados pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) – isto é, com notas superiores ou iguais a 3, em uma escala de 1 a 5.
Esta proporção cresceu de 25,4% para 52,6%, representando um aumento significativo de 27,2 pontos percentuais no período.
O diagnóstico
O ponto de partida foi um diagnóstico das competências digitais dos professores e gestores escolares. Para isso, utilizaram um recurso de autoavaliação desenvolvido pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB): o Guia Edutec.
A ferramenta, online e gratuita, baseia-se em um questionário de autoavaliação respondido pelos educadores que busca identificar o patamar de apropriação tecnológica desses profissionais.
A partir do mapeamento, a rede pôde direcionar os professores e gestores para as trilhas formativas mais adequadas. Assim, ao final de 2022, foi feita uma mobilização para divulgação do recurso, estimulando os educadores a responderem o Guia.
Com as respostas, a experiência foi estruturada em trilhas formativas, compostas por cursos oferecidos em formato híbrido nas áreas pedagógica, de cidadania digital e de desenvolvimento profissional.
Outros resultados
Ao longo do ano, foram disponibilizadas 66 horas de formação, adaptadas de forma personalizada a cada professor, levando em consideração seu nível inicial de competências digitais e contou com cerca de 20 mil inscritos.
Como resultado da aplicação da metodologia, estimou-se que um professor que participou de 10 a 25 horas de formação nas trilhas ao longo de 2023 apresenta, em média, um avanço anual de 1,16 pontos a mais em seu nível de apropriação – considerando 5 como patamar máximo de apropriação –, comparado a um colega com características socioeconômicas semelhantes, mas que participa de menos de 10 horas de formação no mesmo período, informa a Fundação Telefônica Vivo.
Como parte do compromisso de longo prazo da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), a expectativa é de que os resultados reverberem na educação do estado ainda nos próximos anos, por meio, principalmente, do monitoramento contínuo e de ações que mantenham o engajamento dos educadores envolvidos.