Vivo pode usar novas redes neutras e aguarda detalhes sobre clientes da Oi

Foto: Tobias Brixen/Flickr

Após indicar que iria avaliar a base de clientes de fibra da Oi colocada à venda, a Vivo ainda aguarda detalhes sobre as condições do negócio – especialmente quanto ao contrato existente com a V.tal. Em paralelo, a operadora também está cogitando usar novas opções de redes neutras para seguir crescendo na banda larga.

As considerações foram feitas nesta quarta-feira, 21, pelo CEO da Vivo, Christian Gebara, durante conversa com jornalistas. "Não temos elementos ainda para fazer proposta", indicou o executivo, ao ser questionado sobre eventual avanço nas conversas para compra da base de banda larga da Oi.

O executivo reiterou que a operação tem características de grande complexidade, como a aprovação por credores do novo plano de recuperação da Oi (que valora a unidade de clientes em R$ 7,3 bilhões) e o fato dos assinantes estarem baseados em contrato de uso de rede de uma terceira – no caso, a V.tal.

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"Não temos visibilidade desse contrato com a rede neutra, então continuaremos analisando assim que nos forneçam mais informação", apontou Gebara. A Oi tem cerca de 4 milhões de clientes de banda larga em fibra sobre a rede da V.tal.

Expansão

Em paralelo, a própria Vivo está cogitando o uso de novas redes neutras como forma de seguir expandindo a cobertura de fibra. A empresa projeta 29 milhões de casas passadas (HPs) com fibra até o final deste ano, após encerrar 2023 com 26,2 milhões de lares como mercado endereçável.

Já para os próximos anos, a ideia é crescer com mais construção de HPs, com a continuidade da sobreposição com a rede de cobre ou com aluguel de capacidade das redes neutras (até por conta da perspectiva de uma redução do ritmo de crescimento orgânico do mercado de banda larga).

"Temos a FiBrasil [da qual a Vivo é co-controladora], mas nosso crescimento futuro pode vir de acordos com mais de uma operadora, combinando fibra neutra e crescimento orgânico", apontou Gebara. A Vivo também tem relacionamento comercial com a rede neutra da American Tower.

Investimentos

A tendência de ampliar o uso do modelo se conecta com a perspectiva de maior "eficiência" nos investimentos, já colocada em prática pela Vivo em 2023 – quando os aportes recuaram 6%, para cerca de R$ 9 bilhões.

Além do uso de redes neutras de fibra, a empresa avalia outras alternativas de compartilhamento de ativos para otimização do capex, incluindo RAN sharing para redes móveis (onde a empresa busca maneiras de habilitar cobertura nova, além de ampliar a capacidade de rede em locais já atendidos).

"Em 2024 nós buscaremos eficiência em investimentos e um parâmetro mais sólido de capex sobre receita", resumiu Gebara – não sem alegar que a queda de aportes em 2023 também se deu pelo patamar fora da curva investido em 2022, motivado pela integração de clientes da Oi e desembolsos relacionados ao lançamento do 5G.

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