A tecnologia 5G ainda não apresenta um curso benefício atraente para o setor industrial brasileiro, aponta relatório elaborado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
No Painel Telebrasil Talks, que aconteceu nesta terça-feira, 20, Marcela Carvalho, assessora da presidência da ABDI, destacou que o documento traz uma série de medidas de como tornar a implantação do 5G uma rede mais barata, com um bom custo benefício, para as indústrias brasileiras. "Na questão de custo benefício, a rede 5G ainda é uma rede cara. Nisso, o relatório que fizemos traz uma ideia de queda de custos para a implantação do 5G. Acreditamos que com a escala e a evolução tecnológica, poderemos ter redução de custos", afirmou Carvalho.
Ela também destaca que o documento, que ainda será lançado, traz também os resultados dos testes que a ABDI fez, em parceria com a Anatel, em algumas plantas industriais. "Temos resultados significativos que mostram questões de latência, de como a indústria potencializa determinados serviços com os recursos do 5G", afirmou.
Como as aplicações voltadas para o 5G ainda estão em desenvolvimento, Marcela Carvalho apontou que é preciso saber como as soluções que surgirão impactarão na redução de custos e na potencialização da indústria com o 5G.
"A vertical da indústria vai capturar R$ 230 bilhões com a implementação do 5G. Mas ainda não sabemos que soluções são essas. Mas nós apostamos muito na realidade virtual imersiva, em robótica, etc. Enxergamos o 5G como uma tecnologia disruptiva, agregadora, que vai trazer para a realidade a indústria 4.0", disse.
Segundo Carvalho, a ABDI acredita que a transformação digital é que irá fazer a indústria mais competitiva, mas ela ressalta que é preciso também investir em capacitação de mão-de-obra e ampliação de infraestrutura de telecomunicações.
Falta de recursos
A representante da ABDI também destacou que uma pesquisa da FGV sobre digitalização de pequenas e médias empresas mostrou que o principal empecilho para digitalização dessas empresas foi a falta de recursos para adquirir esses insumos e também mudanças de mentalidade de gestores.
"Precisamos olhar mais para as necessidades do setor empreendedor. E para isso, são necessárias políticas públicas. Precisamos de mais coordenação, mais recursos para fazer isso de maneira coordenada", finalizou Marcela Carvalho.