Oi: minoritários abrem processo contra contadores da primeira RJ

Foto: Pixabay

O Instituto Empresa, associação de investidores que representa um grupo de acionistas minoritários da Oi, abriu processo no Conselho Federal de Contabilidade e no Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro contra contadores que avalizaram as contas da operadora para a saída da primeira recuperação judicial, ainda em dezembro de 2022. Segundo a entidade nesta terça-feira, 20, o encerramento do primeiro processo com a entrada em uma nova RJ pouco tempo depois teria levado ao mercado a "comportamentos de alta e baixa atípica dos papeis negociados em Bolsa, com incrementos que superaram os 50%". 

No comunicado, o Instituto Empresa alega que as informações repassadas pela Oi nas duas ocasiões não teriam sido "harmônicas", o que acabaria por induzir comportamentos dos investidores. O representante do grupo de minoritários afirma que o processo nos conselhos federais e regionais de contabilidade seria um primeiro passo. Em fevereiro, o instituto havia entrado com requerimento na CVM para apurar possível manipulação de mercado por parte da administração da operadora.

"Acionistas da Oi estão se reunindo ainda para requerer antecipação de provas que esclarecerá a medida de responsabilidade do Escritório de Contabilidade e da própria Oi. O resultado deste processo, que só beneficia as partes que ingressarem, irá determinar o pedido de indenização contra o Escritório de Contabilidade e uma eventual arbitragem contra a própria Oi."

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A entidade cita que a operadora é uma das companhias abertas com mais investidores pessoa física, chamados de "sardinhas". Dados de fevereiro contabilizam mais de 1,3 milhão desses acionistas. "Muitos, aliás, tiveram sua primeira experiência na Bolsa e amargaram prejuízos significativos", afirma.

O Instituto também volta a argumentar que praticamente de forma imediata, a Oi teria mudado o tom em pronunciamentos, deixando de ser otimista para assumir uma posição de "terra arrasada" com "grande movimentação de fundos nacionais de investimentos, nacionais e estrangeiros". O cenário, no entanto, já se mostrava bastante desafiador, como mostrava TELETIME nesta análise nesta reportagem de novembro de 2022, antes do fim da primeira recuperação judicial. "Ou a Nota Técnica da Auditoria estava correta e as dívidas foram criadas em uma janela inferior a um mês, ou, não estando, aquela afirmação induziu em erro ao juízo da recuperação judicial, ao mercado e aos investidores", afirma Eduardo Silva, do Instituto Empresa, no comunicado.

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