Na próxima sexta-feira, 18, a Oi realizará assembleia extraordinária para discutir com acionistas a aprovação (ou não) da proposta de grupamento de ações, por sua vez aprovada pelo conselho de administração em outubro. Mas o fator de 50:1 na proposta (ou seja, de consolidar 50 ações em uma só, aumentando o valor e reduzindo o volume total de papéis) apesar de esperado, não deverá diminuir a volatilidade das ações da operadora no mercado. E isso não é a única preocupação, já que a contratação da assessoria da Moelis para renegociar a dívida com credores causou inquietação entre bancos, segundo interlocutores ouvidos por TELETIME que acompanham os papeis da empresa.
O que se espera é que a consolidação de ações deixe a negociação dos papéis em torno dos R$ 10, o que condiz com a tendência de empresas em abertura de capital, por exemplo. Seria uma questão de "padronizar" esse valor por papel, na avaliação de fonte ouvida por este noticiário. Mas o sobe e desce da cotação seria mais um reflexo da "instabilidade da empresa" e do perfil de investidor que ela atrai, com "traders" e pessoas físicas.
Assim, a proposta do grupamento, que deve ser aprovada nesta semana, vem mais no sentido de cumprir com a determinação da B3 – Brasil, Bolsa Balcão. Em agosto, o órgão de mercado havia demandado o movimento porque as ações estavam sendo cotadas abaixo do patamar mínimo de R$ 1 por um período. Nesta quarta-feira, 16, a ação ordinária da Oi estava sendo negociada a R$ 0,17, enquanto a preferencial estava a R$ 0,52.
Moelis
Por outro lado, essa instabilidade da companhia ainda deve ter consequências sobre os papeis. Isso porque a avaliação de bancos credores de que seria melhor prorrogar a recuperação judicial (notícia divulgada pelo Jornal O Globo em outubro) teria relação direta com a contratação do assessor financeiro da RJ, a Moelis & Company, no final de outubro, justamente para renegociar e "otimizar o perfil de endividamento" da operadora. A motivação por trás dos questionamentos das instituições é que, na RJ, haveria uma proteção legal da Oi contra processos trabalhistas e de fornecedores, impedindo uma queima de caixa ainda maior.
O problema é que isso já ocorre de forma mais acelerada do que se previa. As expectativas é de que a Oi poderia chegar a uma relação de dívida líquida/EBITDA de 10 a 11 vezes. Mas houve uma queima de caixa média mensal maior do que se projetava. "Houve uma piora em relação ao que se esperava do terceiro trimestre", destacou fonte a este noticiário. E isso pode se prolongar por vários anos ainda, avisa.
A conclusão, diz, é que fica mais difícil a saída da recuperação judicial. O que a Oi pode fazer no momento, ela já está fazendo ao buscar a renegociação com bancos e nos processos de arbitragem com a Anatel e de possíveis ajustes nas obrigações da concessão. Mas a visão não é otimista. "Não tem como imaginar um cenário em que ela saia da RJ melhor do que quando entrou".
Essa regra que obriga o grupamento das ações serve apenas para prejudicar ainda mais os investidores.
A Terra não é plana. Vacina funciona. E a Oi vai quebrar. Três coisas que deveriam ser óbvias. E o fato de não serem fala muito sobre o momento que vivemos.
Isso é uma profecia?
Essa sua fala no Imperativo está respaldada em que?
De fato, porém a emissão de mais ações tiraria um pouco do sufoco. É isso que acho que irá acontecer. A Oi fará o grupamento de 50:1 e, depois, irá emitir novas ações a serem lançadas no mercado para captar recursos.
Sem dúvida prejudica os investidores, mas é a maneira que a empresa tem de se livrar de parte da dívida que está corroendo o caixa. Ela fará o grupamento e depois, creio eu, emissão de novos papéis para captar recursos.