Caso a proposta de aquisição da unidade de clientes da fibra óptica da Oi em segunda rodada seja levada adiante, a V.tal afirma que manterá a sua rede neutra separada da nova operação por meio de um "ethical wall".
Na manhã desta segunda-feira, 22, a empresa de infraestrutura divulgou fato relevante para anunciar que vai competir pelo ativo da Oi caso não haja interessados na unidade de clientes em primeira rodada.
"A V.tal informa que caso venha a adquirir a base de clientes de banda larga da Oi, na segunda rodada do processo competitivo conforme anunciado hoje via fato relevante, a empresa manterá esta unidade de forma totalmente apartada – por meio de um "ethical wall" – das demais operações, com segregação de sistemas, gestão e governança", afirma a V.tal, em nota enviada à imprensa.
"A empresa segue com o seu posicionamento de neutralidade ao oferecer serviços de conectividade e infraestrutura digital para operadoras de telecom, provedores de Internet, nuvem e conteúdo e tel-techs", concluiu a empresa.
No mercado, a neutralidade é o ponto considerado relevante na operação de empresas de infraestrutura de fibra como a V.tal. Como provedora de redes neutras, a companhia atende players como Sky, TIM e diversos provedores regionais. Em outras palavras, a V.tal poderia se colocar como concorrente de seus próprios usuários de rede neutra ao adquirir a unidade de clientes da Oi.
Análise
Uma das leituras no mercado é que a oferta pela ClientCo pode ajudar a Oi a obter melhores condições de negociação, permitindo obter oferta atrativa pela vertical que soma 4 milhões de usuários de fibra óptica. Outra avaliação é que a V.tal não deseja correr o risco de que a Oi veja a sua operação de banda larga sangrar em um longo processo de negociação: como provedora da infraestrutura de rede, é essencial da V.tal que os clientes da Oi Fibra permaneçam na Oi, e não migrem para outras opções em um mercado muito competitivo.