V.tal se compromete a comprar unidade de clientes da Oi em segunda rodada

Em fato relevante divulgado na manhã desta segunda-feira, 22, a V.tal revelou ter celebrado acordo com credores da Oi para adquirir a unidade de clientes de fibra óptica da operadora em segunda rodada – ou seja, em caso de insucesso da venda da operação em primeira rodada.

O arranjo envolveria a totalidade do capital social da unidade – também chamada de ClientCo – em troca de determinados ativos e créditos contra a Oi, que seriam assumidos pela V.tal. Em fato relevante distinto, a operadora em recuperação judicial indicou que não é parte do acordo, mas confirmou a possibilidade.

"Essa oferta seria apresentada apenas em uma rodada subsequente do respectivo processo competitivo juntamente com quaisquer outras propostas formuladas por outros interessados, caso não haja proposta declarada vencedora na rodada inicial", notou a tele.

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"A primeira rodada do processo competitivo será composta por cinco lotes de modo a maximizar a competitividade e, consequentemente, o montante a ser arrecadado", lembrou a Oi, sobre a unidade de 4 milhões de clientes de fibra.

O acordo celebrado pela V.tal com credores da Oi envolve o chamado Ad Hoc Group – ou o grupo de credores financeiros internacionais titulares de notas emitidas pela Oi no exterior (noteholders) e agências de fomento internacionais (as chamadas ECAs). O conjunto foi um dos apoiadores da Oi na aprovação do novo plano de recuperação judicial da tele, na última semana.

Em paralelo, tanto a V.tal quanto o Ad Hoc Group indicaram concordância com a injeção de novos recursos na Oi. Os credores internacionais indicaram acordo para US$ 135 milhões (cerca de R$ 700 milhões) no âmbito do empréstimo ponte da Oi, ao passo que a V.tal aderiu ao Novo Financiamento com a cifra de R$ 758 milhões.

Análise

A entrada da V.tal diretamente na negociação da ClientCo tem várias leituras possíveis. A primeira, e mais óbvia, é que a V.tal reforça seu papel de garantidora para os credores da Oi, que têm expectativa de que a ClientCo seja vendida.

Outra leitura é que a V.tal não quer correr o risco de que a Oi veja a sua operação de banda larga sangrar em um longo processo de negociação: como provedora da infraestrutura de rede, é essencial da V.tal que os clientes da Oi Fibra permaneçam na Oi, e não migrem para outras opções em um mercado muito competitivo.

E a terceira leitura é que a V.tal deve ajudar a Oi a melhorar as condições de negociação, sinalizando que a Oi não precisa aceitar qualquer oferta pelos seus clientes, já que existe uma "garantia" de compra pela própria V.tal como plano B. (Análise por Samuel Possebon)

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