Winity, Brisanet e Unifique buscam acordos para uso do 700 MHz

Entrantes no mercado de telefonia móvel, Brisanet e Unifique indicaram a possibilidade de negociar novas condições com a Winity para uso do espectro de 700 MHz da empresa de atacado. Nesta terça-feira, 18, as três operadoras participaram do TELETIME Tec e reportaram expectativa de avanço nas conversas, após meses de negociações frustradas. Mas caso da Brisanet, o foco inicial dos serviços será em rede própria, com 4G a partir da faixa de 2,3 GHz.

Já em torno do 700 MHz, o diálogo foi de alguma forma impactado pela decisão da Anatel de acompanhar as negociações, por conta do acordo de aluguel de espectro e compartilhamento de rede pretendido pela Winity ao lado da Vivo. Com novas "ofertas concretas" apresentadas às entrantes, a atacadista aguarda um desfecho rápido para o impasse, segundo o CEO da Winity, Sérgio Bekeierman.

"Não é fácil, porque cada uma delas tem sua estratégia e seu timing", admitiu o executivo, durante o evento em São Paulo. Ao TELETIME, Bekeierman afirmou que a fase atual das negociações passa mais pelo feedback das provedoras interessadas no 700 MHz do que pela revisão dos termos acordados no acordo com a Vivo.

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"Queremos clareza do que faz sentido para cada um e avaliar se podemos ajustar ou não, sem descaracterizar nosso modelo de negócios nem o cumprimento das obrigações do edital. Todos ficam na expectativa do que precisa ser mudado [no acordo com a Vivo] e na minha visão não estamos nessa fase, mas na de saber o que as operadoras interessadas têm de comentários sobre nossas propostas", declarou o CEO da Winity.

"Algumas empresas têm interesse em usar [apenas] o espectro e estamos avaliando alternativas que não sejam o modelo rígido fim a fim", completou o executivo. À plateia do TELETIME Tec, Bekeierman destacou que a atração de operadoras clientes é o principal desafio da Winity na estruturação de sua rede de atacado, mas destacando que a empresa não quer atuar como um simples "broker de espectro".

Provedora regional mais avançada na modelagem de sua rede móvel, a Brisanet é uma das que têm interesse primário no 700 MHz. "Estamos buscando espectro e pode até ter casamento com compromisso de sites, mas rádios não", sinalizou o CEO da operadora cearense, José Roberto Nogueira, em conversa com jornalistas. Ele reconfirmou os planos de lançamento comercial do 5G no meio do ano.

Outro ponto de impasse seriam as próprias condições de preço negociadas ao lado da Winity, que ainda não teriam alcançado as expectativas de custo da empresa. Por último, a Brisanet também deve ter interesse no 700 MHz em cidades onde a atacadista pretende alugar metade de sua capacidade para a Vivo, com exclusividade. No debate, contudo, Nogueira deixou claro que os termos do acordo não podem inviabilizar as operações no futuro. "Não adianta fechar agora (com a Winity) e fechar a operação em dois anos".

No começo da semana, a empresa anunciou o início de testes da sua rede móvel em três cidades do Ceará e do Rio Grande do Norte. As primeiras ativações vão ocorrer na faixa de 2,3 GHz, exigindo investimento no dobro de sites que os necessários no 700 MHz, segundo Nogueira. No meio do ano, a Brisanet proteja serviços 4G e 5G em dezenas de cidades do Nordeste.

No caso da Unifique, o início da operação comercial para a rede móvel deve começar por duas cidades, adiantou o diretor de inovação da empresa catarinense, Jair Francisco, mas mantendo os nomes em segredo. Assim como a Brisanet, a operadora colocou o acesso à frequências complementares – como o 700 MHz – como um fator crucial para o ingresso na nova vertical de negócios.

"O 700 MHz é um desafio enorme que ainda não teve desfecho, mas acredito em solução apropriada nos próximos dias", afirmou Francisco. Outro fator crítico identificado pela Unifique no mercado móvel será a precificação, visto que a empresa começará sem escala e condições de competir por preço, além de depender de ofertas de roaming com prazo de vencimento e risco de se tornarem "venenos" com o tempo, segundo a Unifique.

Em um primeiro momento, a empresa do Sul do País vai optar pelo compartilhamento de rede com grandes operadoras para habilitar a rede móvel. Os primeiros investimentos da Unifique na rede móvel são focados na área de software e core de rede.

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