Projetando para o segundo trimestre de 2023 o início da operação comercial de 5G e 4G na região Nordeste, a Brisanet deve começar a empreitada no mercado móvel cobrindo toda a cidade de Fortaleza e outros 40 municípios da região.
A perspectiva foi compartilhada pelo presidente da operadora, José Roberto Nogueira, durante teleconferência sobre resultados da Brisanet em 2022. Com R$ 2 bilhões em investimentos totais previstos, o projeto móvel da empresa no Nordeste deve movimentar capex de R$ 350 milhões em 2023, após R$ 279 milhões já empregados no ano passado.
Segundo Nogueira, um dos elementos é a construção em andamento de "centenas" de torres próprias para suporte do serviço, além de rádios, backhaul e mini data centers. Grandes, pequenas e médias cidades nordestinas estão recebendo os ativos. "Até o final do ano, teremos uma área significativa de cobertura 5G", projetou.
A implementação, contudo, oferecerá 5G e do 4G a partir dos mesmos rádios, explicou o presidente da Brisanet. "No interior temos menos de 2% dos celulares falando 5G. Por isso, não teria viabilidade montar operação com torre, energia e investimentos para operar frequências apenas para celulares 5G".
A viabilidade do modelo já estaria sendo testada pela empresa, a partir de piloto com 3 mil celulares conectados à rede móvel da empresa na cidade de Pereiro (CE), onde a Brisanet foi fundada, e na vizinha São Miguel.
Inicialmente, a empresa avalia ser possível uma receita média por usuário (ARPU) de R$ 30 com a operação móvel. Com o tempo, a operadora aposta em diferenciação competitiva com as grandes por conta de cobertura no interior. Após consolidar o móvel no Nordeste, a Brisanet deve mirar o Centro-Oeste, região onde também detém frequências, mas com compromissos apenas a partir de 2026.
Fibra
Pontos como o aumento da lucratividade da Brisanet ao longo de 2022 foram apontados na teleconferência da empresa. Após um anúncio de redução do ritmo de investimentos em redes de fibra até a residência (FTTH), a empresa deve trabalhar no incremento da ocupação do parque, hoje em 18%.
Segundo Nogueira, a Brisanet tem condições de dobrar a base de assinantes na banda larga sem grandes impactos nos custos. Em paralelo, a assinatura de contrato para captação de R$ 150 milhões com taxas subsidiadas ao lado de um banco de fomento também foi anunciado pela empresa – que, somando 5G e FTTH, deve investir cerca de R$ 700 milhões neste ano.