Após a Anatel convidar Winity e Vivo para uma negociação sobre os termos do acordo de aluguel de espectro de 700 MHz, torres e compartilhamento de rede entre as empresas, a operadora de infraestrutura confirmou que deve participar das conversas.
Em ofício enviado à Anatel no último domingo, 2, a Winity manifestou interesse na busca de uma solução autocompositiva para o tema, como proposto pelo conselheiro Alexandre Freire. Ainda não há versão pública de resposta da Vivo.
A Winity, por sua vez, também "reiterou formalmente" sua disposição em negociar acordos com operadoras móveis que manifestarem interesse firme em utilizar os serviços – no caso, o "espectro outorgado, bem como elementos de rede e/ou de infraestrutura da rede compartilhável" que a empresa está construindo e passará a operar.
Na versão pública da resposta à Anatel, a vencedora do 700 MHz no leilão de 2021 ainda notou que as metas decorrentes da aquisição da faixa começam a vencer em dezembro deste ano, "exigindo elevados investimentos que precisam ser suportados de forma sustentável e tempestivamente". Ou seja, a Winity sinaliza que tem pressa em resolver o assunto.
Já na terça-feira, 4, a empresa enviou nota ao TELETIME comentando a resposta dada à Anatel. Confira o texto na íntegra:
A Winity confirma que protocolizou formalmente, nos autos do processo, uma versão pública da sua resposta ao Ofício do Conselheiro Alexandre Freire recebido na última quinta-feira. A empresa reafirma que segue aberta ao diálogo com todos os players do setor, como tem demonstrado de forma transparente desde o início de suas operações. Como nova operadora de atacado, a Winity tem empenhado todos os esforços para realizar parcerias com as mais diversas empresas do setor, prezando sempre por uma atuação pró-competitiva e sustentável. O foco da companhia é construir infraestrutura de telecomunicações compartilhável com toda a indústria, atendendo principalmente ao interesse público e aos milhões de brasileiros ainda não conectados. A Winity segue à disposição da Anatel para contribuir com o processo e prestar todos os esclarecimentos necessários.
Entenda o caso
A Winity pretende alugar metade da capacidade do 700 MHz em 1,1 mil cidades para a Vivo, além de ativar sua própria rede móvel a partir de compartilhamento com a tele e fornecer sites (como torres) para a parceira. Além da Anatel, o tema é avaliado no Cade e criticado por provedores regionais. Já a entrante classifica o acordo como fundamental para sua estratégia de negócios.
Na última quinta-feira, 30, o conselheiro relator do tema na Anatel, Alexandre Freire, propôs que as duas empresas encontrem uma solução para as preocupações com o acordo. Além da apresentação de novos termos, a ideia é que uma espécie de mesa de negociações seja aberta, incluindo também provedores regionais críticos ao compromisso.