MVNOs estão próximas de virar realidade no Brasil

As operadoras móveis virtuais (MVNOs, na sigla em inglês) são uma realidade há alguns anos em países desenvolvidos onde a penetração de telefonia celular supera 100% da população. No Brasil, onde a teledensidade móvel já passou de 70%, a regulamentação ainda não permite a revenda de serviços de telefonia celular, mas diversas fontes ouvidas por TELETIME News têm recebido a sinalização da Anatel de que a consulta pública para a exploração do serviço sairá ainda este ano.
Por conta disso, existem no mercado movimentos intensos de empresas se preparando para montar operadoras virtuais. Há rumores de que um canal de TV e uma grande rede varejista estariam estudando concretamente essa possibilidade.
Um dos sinais de que a aparição das MVNOs está próxima é a movimentação dos fornecedores de sistemas para esse tipo de operação. A brasileira Triad Systems, experiente na área de co-billing, acabou de desenvolver uma plataforma para MVNOs e confirma já ter um contrato fechado com uma futura operadora virtual. Paralelamente, Hayann Balafrej, diretor comercial da Sisteer, empresa que fornece a plataforma para a operação virtual da Virgin na França, esteve esta semana no Brasil para fazer contatos por aqui.

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Na opinião de Balafrej, as MVNOs não devem ser encaradas pelas operadoras tradicionais como meras concorrentes. Em vez disso, podem ser vistas como aliadas na busca de nichos de mercado. Ele cita o exemplo de MVNOs com foco em grupos étnicos na Europa. Há também aquelas que miram em determinadas faixas etárias. A Virgin, por exemplo, faz sucesso entre os jovens franceses, segmento em que a Orange, operadora que cede a rede para a MVNO, não ia muito bem, explica o executivo. "Uma marca forte, uma boa rede de distribuição e uma grande base de consumidores são fatores decisivos para o sucesso de uma operadora virtual em qualquer país", lista Balafrej.

Internacional

Em alguns países europeus, a participação de MVNOs na base de assinantes móveis é significativa. Na Bélgica, 30% da base de usuários pertencem a operadoras virtuais. Na Alemanha e no Reino Unido, esse percentual é de 20% e 15%, respectivamente.
O preço do airtime oferecido pelas operadoras tradicionais às MVNOs tem sempre um desconto em relação ao preço normal. Na Europa, esse desconto costuma ser de 35% a 40%, mas pode chegar a até 65%. "Depende do grau de autonomia da operadora virtual em relação à dona da rede", explica o executivo da Sisteer. Na maioria dos países onde a regulamentação permite a revenda de serviços móveis, as operadoras tradicionais não são obrigadas a abrir suas redes.
Entre as nações emergentes, a figura da MVNO está nascendo agora. Além do Brasil, é sabido que há negociações em curso para a instalação de operadoras virtuais na Índia e na África do Sul. No caso desses mercado, o maior desafio é o elevado percentual de redes assinantes pré-pagos.

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