Com superapps, Icaro Tech projeta dobrar de receita em dois anos

CEO da Icaro Tech, Laerte Sabino. Foto: Divulgação

Fornecedora de soluções de tecnologia, a Icaro Tech se adiantou de forma orgânica à demanda por superapps no universo corporativo, uma tendência recentemente apontada pela consultoria Gartner para o mercado B2B. Tratam-se de aplicativos que englobam várias funções em único app, simplificando a operação para profissionais de campo de telecomunicações, por exemplo. Em fase de piloto com uma operadora não revelada, o projeto da companhia começou a ser desenvolvido no primeiro semestre de 2022, chegando à comercialização a partir deste começo de ano. 

Em entrevista ao TELETIME nesta segunda-feira, 13, o CEO da Icaro Tech, Laerte Sabino, comentou que a solução já está sendo negociada com pelo menos outras duas operadoras. E é uma estratégia que casa com o bom momento da fornecedora, que já tem crescido por conta da necessidade de transformação digital e automação em telecom desde a pandemia. "E nem foi em 2020 que eu percebi isso, foi mais entre 2021 e 2022. Do ponto de vista de negócio, houve sim uma transformação grande. Tanto que, para 2023, estamos projetando o dobro de receita de 2021", destacou o executivo. 

Nesse período, a Icaro Tech também dobrou de tamanho, diz Sabino. A companhia mudou o modelo para trabalho "essencialmente remoto", reduzindo a presença física em um terço da equipe, enquanto expandia a operação para 16 estados (além do Distrito Federal) e 104 municípios. Na opinião do executivo, os desafios de produtividade, adesão à cultura da empresa, sinergia e gestão continuaram, mas em um novo paradigma, seguindo o boom de transformação digital dos setores de TI e telecomunicações. 

Notícias relacionadas

Superapps

A ideia da plataforma de superapps para telecomunicações veio pela necessidade de um cliente desse mercado de otimizar os recursos das equipes de campo, segundo conta o executivo. A área de operações compartilha um conjunto de informações, mas as funções para cada técnico de campo não estavam consolidadas em uma interface. "O técnico de campo precisa saber a ordem de serviço (OS), consultar se tem alarme antes da dar baixa, precisa atualizar a OS, às vezes nas plataformas Work Force Management e Trouble Ticket ao mesmo tempo, enquanto tinham que consultar o script para resolver o problema", conta Laerte Sabino. 

"No fundo, tem técnico de campo, pessoal com grupo gerador, pessoal do NOC [centro de operações de rede], de engenharia etc. São vários públicos da área de operações, com necessidades diversas. A tendência eram múltiplas interfaces e aplicativos. A gente se deparou com isso vendo que não era a forma mais efetiva", analisa. Assim, em vez de disponibilizar todas as funcionalidades para todos os usuários – o que poderia trazer uma camada de complexidade e resultar em ineficiência no tempo -, a empresa trouxe o conceito de superapps personalizáveis para o setor de telecom.

Para que tudo isso funcione, é necessário a integração de sistemas na retaguarda. Sabino comenta que isso é válido inclusive para o mercado de prestadoras de pequeno porte (PPPs), que passam por momento de consolidação. "Entendo que o superapp pode ser uma ferramenta útil, porque não dá para que cada operadora crie seu app, e ter um que faça a consolidação vira seu 'molho especial', mantendo a qualidade do atendimento apesar do distanciamento", diz, referindo-se ao tratamento mais formal de PPPs maiores. 

A comparação da plataforma de superapps é com o de casos como a chinesa WeChat e mesmo o iFood, comentou a este noticiário o head of marketing & offereings da Icaro Tech, Gilson Missawa. A diferença é que muda o objetivo. "Para o B2C, a ideia é aumentar o screen-time [tempo de tela], fazendo com que o usuário fique no app o maior tempo possível", declara. "No caso do B2B, o objetivo é eficiência e produtividade, colocando todas as informações no app e deixando mais fácil buscar por elas", declara.

APIs

A solução de superapps da Icaro Tech tem APIs proprietárias, mas que permitem o desenvolvimento de "miniaplicativos". Segundo Laerte Sampaio, para esse tipo de funcionalidade, faz mais sentido ter esse modelo. "Uma coisa é querer fazer integração operacional de uma MNO com rede neutra – para a gente, faz todo o sentido usar APIs abertas neste caso, porque é um ponto de interconexão entre várias empresas", argumenta. "No nosso caso, um superapp no setor financeiro vai ser muito diferente do de telecom. Mesmo na mesma área, uma operadora A não vai ser igual à B, tem especificidades intrínsecas de cada empresa."

Evento

Laerte Sabino e a Icaro Tech estarão no 6º Fórum de Operadoras Inovadoras com mais nove CEOs e presidentes de empresas e instituições do mercado brasileiro de telecom e TI nos dias 22 e 23 de março, no WTC, em São Paulo, entre painéis e palestras sobre as últimas tendências em tecnologia, regulamentação e modelos de negócios para redes de telecomunicações. O Fórum terá painéis sobre o Plano Nacional de IoT; os desafios das MVNOs; novos modelos de negócios para redes Wi-Fi; a integração entre ISPs e redes neutras; oportunidades em espectro não-licenciado; e as perspectivas para FWA no Brasil. 

A agenda completa e mais informações estão disponíveis em www.operadorasinovadoras.com.br. O evento é organizado por Mobile Time e TELETIME.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!