O Inatel e a Universidade de Oulu, da Finlândia, firmaram um novo acordo de cooperação tecnológica para desenvolvimento de soluções que possam ser integradas à futura rede 6G.
Segundo a instituição de ensino brasileira, a intenção é unificar técnicas e tecnologias de suporte para a próxima geração de comunicações móveis, sobretudo para atendimento em áreas remotas e rurais.
O caminho já estava sendo trilhado pelas duas instituições, que possuem pesquisas conjuntas sobre o tema em andamento. Agora, o novo acordo terá duração de dois anos e pretende também avaliar o impacto de regulamentações, como os requisitos globais do sistema 6G estabelecidos pela UIT (União Internacional de Telecomunicações).
"O projeto 5G-RANGE [primeiro projeto desenvolvido em parceria] permitiu a concepção de uma rede de longo alcance, mas diversos detalhes de implementação não foram desenvolvidos devido a algumas limitações. Um dos pontos que desenvolvemos para provar o conceito, mas que precisa de melhorias, é o sensoriamento espectral para coexistir com as tecnologias legadas em TVWS [TV white spaces]", explicou o professor Luciano Leonel Mendes, que irá coordenar as pesquisas no Inatel.
"Este novo acordo vai atacar este problema em específico, permitindo que a rede desenvolvida atinja uma capacidade de detecção de redes primárias compatível com as regulamentações no Brasil e na Finlândia", sinalizou Mendes.
O Inatel espera benefícios para setores como a agricultura, serviços de saúde, governamentais, organizações de logística, empresas de mineração e outros. Os resultados do trabalho também serão compartilhados pelos grupos de pesquisa das instituições – o Brasil 6G (Inatel) e o 6G Flagship (Oulu) – e serão divulgados na plataforma Brasil 6G.
Histórico
O Inatel e a Universidade de Oulu são parceiros desde 2017, quando começaram a desenvolver pesquisas em conjunto sobre 5G. Elas estiveram juntas no projeto 5G Range, que concebeu uma rede para levar conectividade a longas distâncias e, desde 2020, desenvolvem estudos em conjunto sobre 6G.
Em fase de experimentos, a geração que sucederá o 5G deve chegar ao mercado apenas em 2030, mas tem mobilizado cada vez mais players da cadeia – como apontado por TELETIME durante a Mobile World Congress de 2023, realizado em Barcelona.