As negociações para criação de uma rede fixa única na Itália foram prorrogadas para além de 31 de outubro, após pedido de atores que negociam o projeto ao lado do Grupo TIM.
A operadora italiana comunicou nesta segunda-feira, 10, a extensão do prazo original para um acordo definitivo, fixado em memorando de entendimento (MoU) divulgado em maio. O negócio prevê a fusão da rede fixa do Grupo TIM com a concorrente Open Fiber, controlada pelo banco estatal italiano CDP.
A "magnitude da transação", contudo, motivou um prazo adicional solicitado pelas eventuais parceiras. Além do braço de equity do CDP (o CDP Equity), o fundo Macquarie também faz parte do negócio na condição de sócio da Open Fiber.
Já o fundo KKR manifestou que pretende permanecer alinhado com o Grupo TIM na discussão do MoU, segundo a operadora. Os norte-americanos são sócios da tele na unidade de infraestrutura FiberCop.
Incertezas
O arranjo para a rede única era apoiado pela gestão italiana que deixou o poder em julho, com a saída do então primeiro-ministro Mario Draghi. Após novas eleições em setembro, o assunto também depende da formação de um novo governo.
Líder da coalizão de extrema-direita vencedora do pleito, o Fratelli D'Italia sinalizou interesse em uma abordagem distinta durante o período eleitoral. Nela, o CDP lideraria uma oferta pública de ações (OPA) para assumir a infraestrutura do Grupo TIM. Vale lembrar que o banco público já detém cerca de 10% da operadora, além de controlar a Open Fiber.
Qualquer que seja o acordo, a concordância de outros acionistas da tele como a francesa Vivendi deve ser ponto crucial, bem como a redução da dívida da operadora italiana. Até mesmo uma possível venda de ativos no Brasil tem sido especulada como forma de reduzir a alavancagem.