As ações da TIM Brasil iniciaram a semana em queda de 2,55% e chegando à cotação de R$ 11,83 nesta segunda-feira, 26, após a vitória das eleições parlamentares da coalizão de extrema direita liderada pelo partido neofascista Irmãos da Itália, da deputada Georgia Meloni. Por sua vez, a controladora italiana, o Grupo TIM (Telecom Italia), encerrou o dia de negociações na bolsa de Milão com alta de 2,61% após a vitória de Meloni.
Em geral, o mercado italiano fechou o dia em alta de 1,29%, especialmente por conta do desempenho da Telecom Italia, mas também do Banco Intesa e a Unicredit. O partido já teria jogado a possibilidade de que, como governo, poderia fazer valer a sua força no Grupo para promover a venda de ativos, incluindo a operadora brasileira, por 4 bilhões de euros.
Porém, o desempenho da TIM Brasil pode ter outros fatores, como as recentes questões regulatórias envolvendo a companhia – mais notadamente, a disputa pelo preço ajustado da venda da Oi Móvel (com Claro e Vivo) e a cautelar da Anatel que obriga o repasse integral do ICMS aos consumidores. Conforme fonte que acompanha o mercado, até mesmo efeitos externos, que levaram o dólar a bater R$ 5,40 (alta de 2,52%) e o Ibovespa a perder 110 mil pontos podem explicar essa flutuação nas ações da operadora brasileira.
A questão é que ainda não há informações concretas a respeito de um desinvestimento, mas apenas declarações de membros do partido de extrema direita e que agora forma maioria do governo italiano. Ainda assim, apesar de contar com a golden share para poder de veto no Grupo TIM, o governo não é o controlador, mas, por meio do Cassa Depositi e Prestiti (CDP), detém uma fatia de 9,8% do capital.
A companhia é controlada por diversos acionistas, sendo o principal a francesa Vivendi, dona de 23,7% das ações da companhia italiana. Oficialmente, a antiga dona da GVT Brasil (que foi vendida por 6,7 bilhões de euros para a Vivo) não mencionou nenhum plano imediato para a TIM Brasil.
Até porque é necessário primeiro resolver a separação industrial da infraestrutura fixa da Telecom Italia, agora chamada de NetCo como unidade produtiva isolada. Prevista inicialmente para o último dia 23, a venda do ativo de rede ainda está em negociação. Este plano, liderado pelo CEO do grupo italiano (e ex-presidente da TIM Brasil), Pietro Labriola, sim, conta com o apoio da Vivendi.