Principal acionista da Telecom Italia apoia plano de separação de infraestrutura

Foto: GKRafly7

Principal acionista da Telecom Italia, a francesa Vivendi expressou apoio ao plano industrial que deve separar a operadora italiana (controladora da TIM) em uma empresa de infraestrutura e outra de serviços.

Durante call sobre os resultados do conglomerado de mídia em 2021, o CEO da Vivendi, Arnaud de Puyfontaine, teceu considerações sobre o tema. "[O CEO da Telecom Italia] Pietro Labriola montou uma equipe e apresentou à diretoria um plano que é totalmente apoiado pela Vivendi e baseado na realidade. Ele permitirá que as atividades domésticas se recuperem e tragam o valor intrínseco ao ativo", sinalizou o executivo.

De acordo com Puyfontaine, a Vivendi "está mantendo em aberto todas as opções" de desfecho para a estratégia – que podem envolver um novo sócio industrial ou financeiro para a controladora da TIM. "Existem muitas opções estratégicas de médio prazo. Elas dependem da capacidade de se envolver com potenciais parceiros no mercado italiano. Ainda estamos à espera de mais empenho desses parceiros".

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Puyfontaine, contudo, reconheceu que a Telecom Italia está voltando à estaca zero do ponto de vista estratégico. Mesmo apontando o impacto de provisões fiscais no prejuízo de mais de 8,6 bilhões de euros da tele em 2021, o CEO da Vivendi afirmou que o comando anterior da empresa italiana havia perdido o controle da situação.

Já com Labriola, a expectativa seria distinta. "O histórico dele no Brasil tem sido excelente, com capacidade de navegar em termos de operação em mercados bastante complexos", apontou Puyfontaine. Na Itália, questões concorrenciais e trabalhistas surgem como principais obstáculos para a nova estratégia.

Ações

A Telecom Italia deve divulgar até junho detalhes sobre a execução da separação estrutural, mas a expectativa da Vivendi é de recuperação no preço das ações – hoje cotadas a 0,28 centavos de euro. Os papéis sofreram baque histórico após a divulgação dos resultados de 2021 e do pouco detalhamento do novo plano.

A desvalorização, contudo, já havia causado impacto nos números dos franceses no ano passado. A queda de 0,20 centavos de euro por ação nos papéis da Telecom Italia resultou em perda contábil de 728 milhões de euros em 2021 para a Vivendi – que detém 24% da gigante italiana.

Vale lembrar que enquanto o plano industrial é delineado, a proposta de aquisição do fundo KKR continua na mesa – com previsão de uma resposta da Telecom Italia nas próximas semanas. De acordo com a imprensa internacional, os norte-americanos reduziram de 0,505 centavos de euro para 0,40 a oferta que propõe fechar o capital da companhia.

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