A provedora de banda larga Desktop aprovou um aumento de capital de no mínimo R$ 120 milhões e no máximo R$ 300 milhões, a partir da emissão de ações ordinárias para subscrição privada.
A aprovação da operação pelo conselho de administração da provedora foi informada na noite da última sexta-feira, 2. Segundo comunicado, entre 13,3 milhões e 33,3 milhões de ações ordinárias devem ser emitidas. Os atuais acionistas terão direito de preferência.
"O aumento de capital objetiva fortalecer a estrutura de capital da companhia, a fim de viabilizar a aceleração das suas avenidas de crescimento orgânico e inorgânico", explicou a Desktop, que segue avaliando alvos para aquisições.
"A administração vislumbra diversas oportunidades mapeadas com elevado potencial de geração de valor para os acionistas no longo prazo, mantendo níveis de endividamento saudáveis, que permitam a continuidade e aceleração do projeto de crescimento".
HIG
Maior acionista da operadora com cerca de 40%, o fundo HIG já sinalizou que deve subscrever a oferta, o que garantiria os R$ 120 milhões mínimos. "Isso é um bom sinal, pois mostra que os principais acionistas estão dispostos a investir mais para manter ou aumentar suas posições", apontou o BTG Pactual, em relatório sobre o aumento de capital.
O preço de emissão calculado para a operação é de R$ 9 por ação (resultado de um valor médio ponderado por volume das ações nos 30 pregões anteriores ao anúncio e deságio de 12,5%). O preço também representa desconto de 9,6% frente ao valor do papel no pregão do último dia 2 (R$ 9,96) e de 62% em relação ao valor do IPO, em julho do ano passado (R$23,50).
O atual capital social da Desktop é composto por 87,2 milhões de ações, no valor de R$ 791 milhões. Com o aumento, o montante deve passar para algo entre R$ 861 milhões (no caso da subscrição mínima) e R$ 1,041 bilhão (no caso da máxima). Uma parcela de R$ 50 milhões ficará destinada à conta de reserva de capital.
Desalavancagem
"A estrutura de capital da Desktop deve melhorar após o aumento de capital", avaliou o BTG, notando que a empresa encerrou o terceiro trimestre com dívida líquida próxima a R$ 1 bilhão e relação dívida líquida/EBITDA de 3,5x considerando as parcelas restantes de aquisições passadas (e 2,1x sem esses pagamentos).
"No entanto, com o aumento de capital, estimamos a alavancagem da Desktop no ano deve cair para 2,8x (1,4x excluindo M&A anteriores) considerando o topo da faixa, ou 3,3x (1,9x excluindo M&A anteriores) na parte inferior do intervalo", calculou o banco.