Indústria de tecnologia dos EUA teme impacto da inflação, mas exalta papel na recuperação econômica

Gary Shapiro, presidente da Consumer Technology Association, durante a CES 2023

Gary Shapiro, CEO da Consumer Technology Association, que representa os principais fabricantes de eletrônica de consumo dos Estados Unidos, aponta que 2023 não deve ser um ano fácil para o mercado de tecnologia. Em conversa com jornalistas na abertura da CES 2023 (principal evento de eletrônica de consumo do mundo), ele ressaltou que a inflação e a redução do poder de renda, não apenas nos EUA, mas em todo o mundo, é um desafio importante. A boa notícia, diz ele, é que o setor de tecnologia é, no geral, deflacionário.

"Vemos uma redução média de 5% a 10% no custo de acesso à tecnologias de consumo nos últimos anos", diz ele.

Ele ressalta que o pior da crise na cadeia de suprimentos parece ter passado, mas vê riscos de desequilíbrio justamente pela retomada das atividades na China, que deixou a política de Covid Zero.

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Mas a eletrônica de consumo fez suas apostas, pelo menos a julgar pelas prioridades colocadas para a CES 2023, que acontece esta semana em Las Vegas: metaverso e Inteligência Artificial; aplicações de IoT para empresas; tecnologia embarcada em veículos (desde carros elétricos, autônomos, tecnologias de entretenimento, assistência e navegação); sustentabilidade; e jogos e serviços online. 

Shapiro refletiu, a pedido desse noticiário, sobre o aparente paradoxo entre sustentabilidade e eletrônica de consumo. Ele entende que de fato é um desafio tornar o consumo mais sustentável, mas diz que isso pode ser conseguido a partir de outros materiais, uso de outras fontes de energia, maior cuidado com o ciclo de vida dos produtos e uso consciente da tecnologia.

Queda depois da alta

Shapiro diz que a indústria da eletrônica de consumo foi muito afetada em todos os sentidos durante a pandemia, e que a CES reflete esse movimento. O primeiro movimento foi um aumento do consumo de tecnologia, que bateu recorde e deve começar a desacelerar um pouco esse ano em relação a 2021 (quando houve um recorde de gastos com tecnologia nos EUA) e 2022 (já com uma pequena queda, ainda estimada). A estimativa da CES 2023 é congregar cerca de 100 mil participantes, 3,2 mil empresas, das quais mais de 1 mil consideradas startups da área de tecnologia, e representantes de mais de 150 países.

Shapiro ressalta que se de um lado houve restrições geográficas maiores, de outro houve uma maior diversificação, com países ocupando mais espaço global, como foi o caso da Coreia do Sul e Japão. "A CES 2023 reflete esse movimento, mas podemos dizer que estamos maiores em termos de área em relação ao período anterior à pandemia, com um número igual de empresas, mas com mais diversidade de países, e ainda com um público menor, considerando as restrições ainda da China". (O jornalista viajou à CES 2023 a convite da Consumer Technology Association)

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