Para a Claro, a escassez de semicondutores que afeta a indústria global pode ter como reflexo uma priorização dos componentes para fabricação de smartphones 5G – deixando aparelhos 4G em segundo plano e possibilitando uma adoção mais rápida da nova tecnologia.
A avaliação foi realizada pelo CEO da unidade de consumo da Claro, Paulo Cesar Teixeira, durante debate na Futurecom nesta quarta-feira, 10. "As informações que chegam é que haverá um desincentivo muito forte para o 4G e um incentivo muito forte para o 5G", indicou o executivo.
Segundo Teixeira, a alocação em aparelhos de quinta geração da quantidade agora reduzida de semicondutores deve levar a uma "transição muito rápida do hardware" entre os consumidores, que precisam de celulares compatíveis ao 5G para acessar o novo padrão.
"Pela primeira vez se fala em desaceleração da tecnologia móvel pela despriorização da geração passada. O 4G levou de quatro a cinco anos para ter relevância, e com o 5G vai ser muito mais rápido. A dificuldade de custos já está diminuindo e se houver essa priorização [de semicondutores para handsets 5G], a transformação vai ocorrer mais rápido".
Ainda de acordo com Teixeira, hoje há cerca de 40 modelos de smartphone compatíveis com o 5G no Brasil. Os produtos se encontram sobretudo na linha premium das fabricantes. "Mas com negociações que estamos fazendo e pela ênfase, já temos aparelhos na categoria intermediária, de cerca de R$ 2 mil", observou o chefe da unidade de consumo da Claro.
A existência de um ecossistema 5G mais maduro no momento em que a tecnologia chega ao País também foi apontada pelo CEO da Huawei no Brasil, Sun Baocheng. Segundo ele, o cenário é um ponto positivo que pode ser tirado do desembarque tardio do 5G por mercado nacional, na comparação com os dos asiáticos.