A Oi reportou na noite desta terça-feira, 28, os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2022. Após dois adiamentos na divulgação, a operadora reportou um lucro líquido de R$ 1,784 bilhão no período entre janeiro e março.
A receita líquida total do grupo somou R$ 4,415 bilhões no intervalo, em queda de 0,9% em um ano. Enquanto as operações que serão continuadas recuaram 4,8%, para R$ 2,455 bilhões, as descontinuadas cresceram 6,2% em um ano, para R$ 1,928 bilhões (referentes ao negócio móvel, que foi considerado uma vez que o fechamento da venda dos ativos ocorreu apenas no segundo trimestre, em abril).
Já o Ebitda de rotina da Oi ficou em R$ 1,252 bilhão, crescendo 9,9%. Na base contábil, houve queda de 47% no indicador (R$ 1,256 bilhão), com margem de 28,4% frente 53,2% um ano antes.
O que acarretou impacto direto no lucro líquido de R$ 1,784 bilhão foi o resultado financeiro da empresa no período. Houve contabilização de receitas de R$ 2,358 bilhões no resultado cambial líquido, beneficiado pela valorização de 15,1% do real frente ao dólar no intervalo. Com as cifras, a Oi registrou resultado financeiro líquido consolidado de R$ 1,874 bilhão. Ainda assim, o resultado operacional da empresa seria positivo mesmo antes do resultado financeiro, ficando em R$ 273 milhões.
Opex e capex
Os custos operacionais da operadora apresentaram recuo no primeiro trimestre, caindo 4,6% em um ano, para R$ 3,163 bilhões. Menores pagamentos com pessoal e serviços de terceiros foram as principais causas.
Já o investimento da companhia caiu consideravelmente com a nova estrutura de negócios, pouco calcada em infraestrutura: o capex consolidado ficou em R$ 363 milhões, sendo R$ 345 milhões na chamada Nova Oi, com foco em qualidade de serviços para clientes. Para título de comparação, a antiga infraestrutura da Oi mobilizou R$ 1,859 bilhão em investimentos no primeiro trimestre de 2021.
Comercial
Do ponto de vista comercial, a empresa apontou que o "fenômeno" de desaceleração das adições líquidas da banda larga persistiu em 2022, derivado das condições macroeconômicas, do aumento da base e da inadimplência.
Dessa forma, a receita residencial do grupo caiu 1,8% em um ano, para R$ 1,287 bilhão, mesmo com alta de 51,9% no faturamento da fibra óptica, que atingiu R$ 851 milhões no varejo (a Oi encerrou março com 3,5 milhões de clientes de fibra). As receitas vinculadas à rede de cobre caíram 41,9% (R$ 436 milhões), justificando a queda no consolidado.
Já o segmento B2B teve baixa de 6,8% na receita, para R$ 820 milhões. Tanto o Oi Soluções quanto a vertical de pequenas e médias registraram recuos, mas a operadora apontou que receitas de "TI core" consideradas foco estratégico seguiram em alta.
Completam a conta R$ 331 milhões referentes à operação de DTH, que está em processo de venda para a Sky, além dos R$ 1,928 bilhões gerados pelo móvel (mobilidade pessoal e B2B), que cresceram 6,2%.