Após anomalia que afetou de maneira significativa a viabilidade do satélite ViaSat-3 Americas, a operadora Viasat deve deslocar um novo satélite para atender a região dentro de período de 18 a 24 meses, indicou o diretor geral da empresa no Brasil, Leandro Gaunszer.
O profissional participou nesta quarta-feira, 27, do Congresso Latinoamericano de Satélites, promovido pela Glasberg Comunicações e TELETIME. Na ocasião, Gaunszer relembrou que o sistema ViaSat-3 foi projetado com três artefatos: além do satélite das Américas, os outros dois miravam Europa/África e Ásia/Oceania. Um deles será remanejado para o lugar do satélite que apresentou falha em seu refletor.
"O que temos feito agora é analisar qual desses dois satélites vai ser recolocado para cobrir as Américas. Eles já estavam praticamente concluídos, então é terminar e definir em qual momento vamos trazer para cá", afirmou Gaunszer. Primeiro item da frota, o satélite que mirava as Américas foi lançado em abril.
Ainda segundo o executivo, em 18 a 24 meses o novo artefato deverá estar cobrindo a região. Enquanto isso, a Viasat deve seguir com seus planos para banda larga via satélite, mesmo sem o satélite comprometido.
"Ele traria mais capacidade a aceleração de crescimento em algumas regiões, inclusive no Norte e Centro-Oeste, que teriam de 70% a 80% da capacidade [no País], mas também temos o SGDC, com capacidade em algumas regiões bem interessantes para a gente". A operadora tem parceria com a Telebras para explorar este satélite brasileiro, de propriedade da estatal.
Competição
Também no Congresso Latinoamericano de Satélites, a diretora executiva de marketing e vendas da Viasat, Juliana Teixeira, destacou a presença local da empresa no Brasil como um diferencial no segmento de banda larga via satélite, inclusive diante de novos competidores.
Ainda assim, uma "isonomia" também foi considerada necessária frente players – notadamente a Starlink – sem estrutura comercial no País. "Oferecer um plano de qualidade, com assistência, customer care e técnicos, isso tudo tem uma série de custos envolvidos. Então é preciso isonomia para todos, senão o cliente final vai ser impactado", afirmou Teixeira.
Por outro lado, a executiva também ponderou que a competição da constelação LEO de Elon Musk é mais com provedores regionais de Internet e grandes teles em municípios de mais de 50 mil habitantes do que em cidades rurais miradas pela operação de banda larga da Viasat. A Viasat aposta na sua capacidade de atendimento e pós-venda como diferencial para enfrentar a concorrência.