Siemens defende decisão política sobre 3G

A Siemens entende que a decisão a respeito da implantação da terceira geração (3G) de telefonia celular no Brasil cabe ao Ministério das Comunicações, e não à Anatel, informou Mario Baumgarten, consultor geral de tecnologia da fabricante alemã. O executivo critica a pressa do órgão regulador em licitar as licenças de 1,9 GHz e reclama que o assunto não estaria sendo devidamente debatido com a indústria e a sociedade como deveria.
Para Baumgarten, o mercado brasileiro não está preparado para o lançamento de 3G em 2006, como pretende a Anatel. "Os recursos das operadoras são escassos. Investir em 3G agora significa tirar dinheiro da universalização que acontece na 2G", afirma o executivo. Ele destaca que a renda per capita anual média dos 28 países onde há 3G em operação é de US$ 22,8 mil. Enquanto isso, a renda per capita anual do Brasil é de apenas US$ 2,72 mil.
O momento certo para lançar a 3G no País, na opinião de Baumgarten, é quando houver aproximadamente 500 milhões de assinantes dessa tecnologia no mundo, volume suficiente para baixar os preços a um nível acessível para os países em desenvolvimento. Pelas previsões do executivo, dificilmente a marca de 500 milhões de assinantes será atingida antes de 2008.

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Baumgarten lembra ainda que o mercado brasileiro não é tão maduro quanto o europeu. Enquanto na Europa a teledensidade ultrapassa 80%, no Brasil está em 40% e no futuro deve se estabilizar um pouco acima de 60%.

Minicom

A diretora do departamento de serviços de universalização de telecomunicações do Minicom, Regina Felice, afirmou que a prerrogativa para a decisão a respeito da 3G é do ministério. Ela informou que o Minicom ainda não recebeu qualquer proposta da Anatel e que o assunto será estudado com a devida atenção. Regina ressaltou, contudo, que, pessoalmente, não acredita ser uma boa hora para se licitar a 3G no País, pois as operadoras nacionais ainda não tiveram retorno do que investiram em suas redes GSM. A Anatel, por seu turno, tem manifestado publicamente a possibilidade de abrir a licitação ainda este ano. Elifas do Amaral, presidente da agência, disse que haveria interessados em licenças de 3G, mas estes só se manifestariam após uma decisão política do Minicom.
Regina e Baumgarten participaram nesta segunda-feira, 27, do 5º Congresso GSM Brasil, realizado no Rio de Janeiro.

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