A menina dos olhos do setor de telecomunicações durante o evento MWC 2024, que acontece em Barcelona esta semana, é a iniciativa Open Gateway. Trata-se de um esforço de padronização e cooperação das operadoras para desenvolver interfaces de redes abertas – APIs, para o desenvolvimento de serviços digitais. O projeto foi lançado no ano passado e em um ano conta com mais de 240 operadoras comprometidas e vários projetos já em desenvolvimento. E o Brasil foi destaque nesse quesito.
Fabio Napoli, CTO do Itaú, ocupou o palco de abertura do evento ao lado de José Maria Alvarez-Pallete, chairman da GSMA e CEO da Telefónica, para apresentar o que tem sido considerado o primeiro projeto de uma instituição financeira no mundo de uso do Open Gateway. Segundo Napoli, "para atender as necessidades dos nossos clientes em relação à segurança e entrega de serviços é preciso pensar fora da caixa", e o Open Gateway foi a chance da instituição financeira de fazer esse movimento de forma a atender todos os consumidores, qualquer que fosse a operadora.
"Com grande entusiasmo estamos explorando o Open Gateway. Somos a primeira instituição financeira do mundo a usar Open Gateway para medidas de segurança e autenticação de clientes. Pretendemos ter transações mais rápidas e confiáveis, combatendo fraudes e ampliando o uso de serviços digitais", disse o executivo do Itau.
Não foi a única referência ao Brasil. Alvarez-Pallete destacou ainda como caso pioneiro a parceria entre as três maiores operadoras brasileiras (TIM, Claro e Vivo) para o lançamento de iniciativas Open Gateway, em setembro do ano passado.
Para Satya Nadella, CEO da Microsoft, o Open Gateway será essencial para o desenvolvimento de aplicações de inteligência artificial. Ele já vem há alguns anos participando do evento (ainda que virtualmente) em defesa de parcerias com as teles, e esse ano não foi diferente em sua intervenção, realizada por provocação da Telefónica.
Alvarez-Pallete destacou que Open Gateway terá 24 APIs esse ano, mas lembrou que hoje há um movimento efetivo de ampliação global das parcerias. " Mas precisamos dar adeus aos velhos modelos regulatórios" , destacou o CEO da Telefónica.