ISPs fazem proposta por base da Oi, mas negociação com V.tal será inevitável

Foto: awpixel.com / Pexels

A Oi já começou a receber propostas pelos seus mais de 4 milhões de clientes de banda larga fixa, segundo apurou este noticiário, confirmando informações antecipadas pela Agência Broadcast, do Estado de S. Paulo. Segundo dois ISPs ouvidos que apresentaram propostas – e que não querem dar muitos detalhes sobre o processo -, cada um está com uma estratégia separada, sem formar um consórcio.

"Colocamos uma proposta, mas estamos tentando entender quais vão ser as condições", disse um deles, com quem TELETIME conversou. Ele confirma que os ISPs não estão agindo de maneira coordenada. Segundo o Estadão, Alares, Alloha, Vero e Ligga seriam algumas das interessadas, mas a lista já estaria perto de nove empresas com ofertas não vinculantes.

Fontes próximas às negociações chamam a atenção para o fato de que o modelo ainda está bastante aberto e vai considerar o que for melhor para a Oi. A venda pode ser fechada, pode ser fatiada e pode ser consolidada. O foco da Oi é maximizar o valor.

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Mas a empresa tem recebido seguidas críticas das grandes operadoras, que ainda não apresentaram propostas, pelo fato de que a compra envolve, necessariamente, uma conversa com a V.tal para renegociação do contrato. E segundo apurou este noticiário, essa conversa de fato necessariamente terá que acontecer em todos os casos. As ofertas firmes pela ClientCo da Oi (ofertas vinculantes) devem chegar no final de março

"A V.tal está em um momento em que eles precisam aceitar uma negociação de valores melhores, e de certa forma isso vai ser uma boa oportunidade para eles", diz um observador atento do processo. "Eles conseguiram um contrato muito bom com a Oi porque havia uma negociação sob pressão, em que a Oi precisava de recursos e a V.tal tinha disposição, e com isso a V.tal ficou com mais de 50% da receita. Mas o padrão no mundo para esse tipo de acordo seria algo em torno de 30% e os novos contratos devem convergir para esse alvo. Sem, isso, é difícil que a V.tal consiga crescer além da base da Oi", analisa o especialista.

Ele destaca que o preço estabelecido pela V.tal de alguma maneira tabelou as demais redes neutras. "Por isso todos estão tendo dificuldades de crescer junto aos ISPs, que não veem vantagem de usar uma rede terceirizada, porque perdem toda a margem". Para esse interlocutor, a renegociação após a venda da base de clientes com a Oi vai mudar toda a lógica do mercado de redes neutras. "Vamos inclusive ver um processo de consolidação entre as operadoras de redes neutras, o que é necessário". 

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