Holding de provedores regionais com mais de 1,1 milhão de clientes e uma das empresas líderes em acessos entre os ISPs brasileiros, a Alloha Fibra pretende intensificar em 2022 o crescimento orgânico das empresas consolidadas e a atuação no mercado corporativo (B2B) – mas sem fechar os olhos para possibilidades de aquisição.
Em 2021, a antiga EB Fibra somou mais de 750 mil adições de Internet via fibra óptica, divididos quase que igualmente entre crescimento inorgânico (via aquisições) e orgânico. "Já somos a maior provedora independente de fibra e queremos manter esse protagonismo ao longo de 2022", afirmou o CEO da Alloha, Alexandre Moshe, em conversa com TELETIME.
"Temos a intenção de continuar com ritmo de investimentos forte e ter uma atuação com foco grande em crescimento orgânico. Ao mesmo tempo, seguimos atentos a oportunidades de crescimento inorgânico", sinalizou o executivo.
Nos dois casos, a estratégia passa pela estrutura regionalizada da holding – que não pensa em aposentar as marcas das oito principais provedoras consolidadas. Sumicity (RJ), Mob Telecom (CE), Vip Telecom (SP), Wirelink (CE), Univox (MG), Click Telecom (MG), Ligue Telecom (PR) e a mais recente aquisição, Niu Fibra (do litoral paulista), compõem a lista.
"Faz parte da estratégia que essas empresas olhem oportunidades de aquisição de empresas de menor porte que possam ser incorporadas", pontuou Moshe. "Como estão olhando o mercado na ponta e conhecem a região, elas conseguem identificar oportunidades bem atuais".
Ao mesmo tempo, o crescimento por conta própria segue como direcionamento para todas as filiais. Moshe conta que uma das oito provedoras da Alloha já dobrou organicamente a base de clientes em 2021, enquanto a Mob Telecom, que sempre teve "DNA forte no B2B", também registrou crescimento importante na vertical de varejo.
B2B
A atuação no mercado corporativo é outra parte relevante da estratégia. "Temos uma vantagem e particularidade de separar a atuação B2B da B2C [voltada para o consumidor residencial]. Isso a gente vai continuar fazendo e intensificando, pois o B2B é uma vertical geradora da Ebitda", afirmou Moshe. "Hoje, qualquer empresa que a gente resolva abordar tem que ter um footprint B2B e B2C".
Dentre os atuais destaques do grupo no segmento corporativo está a cearense Wirelink, mas de forma geral, a empresa já soma clientes empresariais em quase todas as unidades federativas do País (com exceção de Acre, Amazonas e Tocantins). Os serviços são entregues a partir da rede de fibra óptica do grupo, que tem mais de 100 mil km em 220 municípios.
Competição
O CEO da Alloha reconheceu o cenário de aumento na competição no mercado de fibra, seja por conta da expansão das grandes operadoras ou da própria competição com provedores regionais capitalizados ou com apoio de investidores estratégicos. Ao mesmo tempo, a escalada da inflação representa desafio adicional para a manutenção da receita média por usuário (ARPU) entre clientes na banda larga.
Neste sentido, Moshe aponta a oferta de serviços de valor adicionado como saída para a diferenciação do produto. Um exemplo é a parceria recente firmada pela holding e a Livemode, que detém direitos de transmissão da Copa do Nordeste e do Campeonato Paulista: os conteúdos têm sido oferecidos como benefício para assinantes de banda larga em operações como a Mob e a Ligue Telecom.
"Uma vantagem de atuar como holding é que cada empresa negociar é uma coisa, mas negociar com um milhão de clientes é outra. Os parceiros já estão olhando para a gente com essa visão", afirmou Alexandre Moshe.
Adicionalmente, a aposta de diferenciação também passa por velocidades (como pacotes de 1 Gbps já ofertados pela Sumicity) e qualidade de atendimento. No roteiro da Alloha está a implementação de iniciativas de digitalização da jornada do cliente, com destaque para o uso de novos canais para a aquisição de base.