A Oi superestimou a avaliação de ativos no novo plano da recuperação judicial, segundo considerou relatório do banco BTG Pactual publicado nesta terça-feira, 23. No entendimento dos analistas Carlos Sequeira, Osni Carfi e Guilherme Guttilla, a previsão da venda de 14,6% da participação da operadora na V.tal, por exemplo, estaria nesse escopo de otimismo.
"Isso implica em uma valoração da V.tal de cerca de R$ 100 bilhões, o que nós vemos como excessivo", afirmaram. Vale lembrar que a empresa de rede neutra é controlada por fundos geridos pelo banco BTG Pactual, mas há tipicamente uma separação entre as áreas de análise de mercado e as áreas de investimentos.
Outro ativo que os analistas do BTG consideraram supervalorizado foi a unidade produtiva isolada (UPI) da ClientCo, que a Oi espera vender em 2025 e inclui a base de fibra. "A companhia espera levantar R$ 4,8 bilhões com a venda de 40% de participação, implicando em uma avaliação de R$ 12 bilhões pelo ativo, o que também é exagerado, na nossa visão."
Na avaliação do BTG sobre o balanço financeiro de 2022 da Oi, o desempenho mostrou margens melhores, mas observando desaceleração na fibra. Colocou ainda que a operação legada do cobre impactou negativamente nas receitas. O relatório ainda colocou que o consumo de caixa de R$ 367 milhões ajudou no crescimento da dívida líquida para R$ 19,1 bilhões, ainda que a valorização do real frente ao dólar tenha compensado parcialmente esse aumento.
Ao meu ver dois grandes erros ocorreram na primeira RJ da Oi:
•Primeiro , da propria companhia, ao ter aceito a proposta financeira, do consórcio das três maiores operadores de telefonia do país. Onde a diferença para segunda proposta era entorno de R$500.000.000,00. Daí, a necessidade de interveniência do CAD.
•Segundo, do próprio CAD, que ao alongar o prazo ao máximo, fez com que a Oi buscasse recursos , a fim de dar seguimento ao seu plano de estruturação da fibra, onde acabou deixando-a alavancada.