Oi sente impacto da concessão e tem queda nas receitas em 2022

Novo posicionamento da Oi. Foto: Divulgação

Após uma série de atrasos, a Oi divulgou o balanço financeiro relativo ao quarto trimestre e consolidado de 12 meses do ano de 2022 na noite desta segunda-feira, 22. Mais uma vez, a companhia sentiu o impacto da concessão com prejuízo, mas houve avanço nas receitas "core" da operadora, capitaneadas pela fibra.

A receita líquida da Oi totalizou R$ 2,618 bilhões no quarto trimestre, uma queda de 42,1% comparado com o mesmo período de 2021, que incluía a operação da Oi Móvel e da InfraCo (que virou a V.tal). Considerando o comparativo anual, a empresa somou R$ 12,490 bilhões, um recuo de 29,5%, mas considerando que em 2022 houve impacto de três meses da Oi Móvel e seis meses da InfraCo.

No recorte da "Nova Oi", ainda inclui as operações legadas, como telefonia fixa e cobre, a companhia aumentou em 5,6% a receita líquida, totalizando R$ 2,321 bilhões no trimestre. No consolidado do ano, houve crescimento de 3,1%, totalizando R$ 9,127 bilhões. A Oi Fibra avançou 25,5%, totalizando R$ 1,076 bilhão no trimestre, enquanto no ano o aumento foi de 35,8%, total de R$ 3,999 bilhões.

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Vale notar o desempenho da Oi Soluções, unidade corporativa que está listada como um dos ativos com venda possível na proposta do plano da nova recuperação judicial. A área cresceu 3,5% no trimestre e 2,9% no ano, somando, respectivamente, R$ 729 milhões e R$ 2,780 bilhões – ou seja, parte significativa do fluxo de receitas da companhia. Já as operações de legado caíram 37,1% no trimestre, totalizando R$ 398 milhões. No ano, ainda somaram R$ 1,944 bilhão, recuo de 39%. 

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) de rotina somou R$ 396 milhões no trimestre (queda de 75,4%) e R$ 2,204 bilhões no ano (recuo de 59,9%). A operadora afirma que os efeitos da queda estão associados às vendas de ativos, com a saída da contribuição da Oi Móvel. A margem EBITDA caiu 19,7% pontos percentuais no trimestre (13,2%) e 12,7 p.p. no ano (17,4%). 

Já o EBITDA reportado foi negativo em R$ 14,165 bilhões no trimestre e R$ 5,223 bilhões no ano. A Oi diz que se referem a, "principalmente, (i) ao impairment de ativos relativos aos serviços legados, em função da queda nas receitas de telefonia fixa associadas a elevadas despesas fixas da operação; (ii) a baixa no saldo de contas a receber decorrente da conclusão do processo de conciliação com os seus respectivos controles físicos ; e (iii) provisão relacionada ao contrato de capacidade de satélites – montante deixa de impactar o Opex e passa a ser reconhecido como passivo oneroso no Balanço Patrimonial".

Assim, o resultado líquido da empresa foi negativo, totalizando R$ 17,663 bilhões, enquanto no acumulado do ano foi R$ 19,266 bilhões. Excetuando o impairment, o prejuízo foi de R$ 3,414 bilhões, um recuo de 4,1% no trimestre, e de R$ 5,017 bilhões no consolidado de 12 meses, uma diminuição de 51,8% comparado com 2021

A dívida bruta encerrou 2022 com R$ 34,963 bilhões em "valor de face" e R$ 22,302 bilhões em "valor justo", com atenuação da valorização cambial frente ao dólar. A Oi afirma ter reduzido em R$ 2 bilhões os custos em 2022, totalizando R$ 10,317 bilhões.

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