Claro vê potencial em conexão entre satélite e celular, mas com avanços necessários

Carlos Camaderlla, da Claro. Foto: Izilda França

A Claro está acompanhando de perto o desenvolvimento de esforços para conexão direta entre satélites e dispositivos como smartphones. Além de vislumbrar casos de uso possíveis, a operadora também vê limitações e desafios a serem superados pela nova tecnologia.

O tema foi abordado nesta quarta-feira, 22, pelo consultor de engenharia de telecomunicações da Claro/StarOne, Carlos Camardella. O profissional participou do primeiro dia do Fórum de Operadoras Inovadoras, promovido por TELETIME e Mobile Time.

Na ocasião, Camardella situou que o foco inicial da integração mira smartphones e constelações de satélites de baixa órbita (LEO). O primeiro uso do recurso deve envolver serviços de emergência, mas atendimentos futuros em áreas rurais, em regiões perigosas ou de conflitos, em algumas aplicações B2B e recursos como texto, offload de tráfego e até voz também são vislumbrados para o futuro, mesmo em áreas urbanas.

Notícias relacionadas

O sucesso, contudo, passa por uma evolução da tecnologia – primeiro introduzida pelo release 17 do 3GPP, no padrão 5G standalone. Nas circunstâncias atuais, Camardella reporta que o máximo de velocidades obtidas no downlink entre satélites e celulares é de 1 Mbps, nas melhores condições possíveis.

A avaliação é que, na prática, velocidades no máximo 500 Kbps de downlink sejam entregues pela integração, com índices ainda menores no uplink – de no máximo 100 Kbps. "São serviços limitados, mas o consumidor vai estar conectado o tempo todo". No caso da Internet das Coisas os níveis podem ser suficientes em alguns usos, mas também dependem da chegada de terminais adaptados. Ele reconhece que o grande desafio não é mais tecnológico, mas nos modelos de negócio para viabilizar os serviços.

Já com a finalização do release 18 da 3GPP, Camardella projeta espaço para melhorias. Pela nova padronização, a integração das redes não-terrestres (NTN) poderia possibilitar uma espécie de rádio base integrada aos satélites. Estes, contudo, precisarim ser definidos por software e contar com recursos como comunicação entre a frota LEO, ou condições ainda não disponíveis no mercado satelital.

Mesmo projetando uma "quantidade de mudanças enorme" para consolidação da integração satélite-celular, os avanços do mercado seriam palpáveis, incluindo o lançamento de chipsets adaptados para a integração por Qualcomm e Mediatek. Outro ponto de destaque seria a interação entre constelações de LEO e operadoras móveis, já em curso e abrindo caminho para parcerias.

Fórum de Operadoras Inovadoras

O Fórum de Operadoras Inovadoras continua nesta quinta-feira, 23, no WTC, em São Paulo. Em seu segundo dia, o evento promovido por Mobile Time e TELETIME contará com painéis sobre os desafios comerciais e regulatórios das MVNOs, FWA e integração de ISPs com as redes neutras. Participarão dos debates executivos de Veek, Rico Telecom, Magalu, Qualcomm, Omdia, Huawei, Intelbras, Nokia, American Tower, entre outras empresas.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!