T-Mobile vai usar satélites da Starlink para cobrir áreas sem sinal móvel

A operadora norte-americana T-Mobile anunciou um acordo com a constelação de satélites de baixa órbita (LEO) Starlink, do bilionário Elon Musk, para cobertura móvel em áreas de sombra nos Estados Unidos.

A parceria será habilitada pela frota de segunda geração da Starlink, que será equipada para a transmissão direta entre satélites e celulares. Testes do recurso entre clientes da T-Mobile serão iniciados na segunda metade de 2023, começando por aplicações de troca de mensagens. Com o tempo, a expectativa é incluir também serviços de dados, voz e backhaul em áreas rurais.

A T-Mobile afirma que o serviço será compatível com a maior parte dos aparelhos operando em espectro de banda média, visto que a Starlink vai utilizar parte da capacidade da operadora em 1,850-1,990 GHz para entrega dos serviços. CEO da T-Mobile, Mike Sievert também sinalizou intenção de celebrar acordos de roaming recíproco com outras operadoras, inclusive de fora dos Estados Unidos, que aceitem dedicar espectro de banda média para a constelação da Starlink.

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Para habilitar a conexão direta a smartphones, os novos satélites LEO devem utilizar antenas bem maiores que as atuais da frota e artefatos que dependerão de um novo veículo lançador ainda em desenvolvimento. A segunda geração da frota da constelação da Starlink também depende de aprovações regulatórias, vale lembrar.

Uma vez em órbita, a expectativa é que cada célula satelital entregue capacidades iniciais entre 2 e 4 Mbps para usuários da T-Mobile, o que suportaria até 2 mil chamadas de voz simultâneas com cerca de 2 kbps cada ou milhares de mensagens de texto (a depender da duração), de acordo com Musk.

Ainda que com abordagem de atender o consumidor final com a conectividade fornecida pela constelação LEO, a empresa da SpaceX nunca escondeu que parcerias com as operadoras tradicionais de telecom para entrega do serviço também fazem parte da estratégia.

Brasil

Em paralelo, o serviço principal de Internet via satélite da Starlink teve preços reajustados no Brasil, como apontado pelo portal Tecnoblog. Os assinantes passarão a pagar cerca de R$ 230 ao mês (algo em torno de US$ 45), ante mensalidade de R$ 500. A mudança se tornou vigente a partir da última quarta-feira, 24.

"A redução de preços segue fatores de suas condições de mercado local e é destinada a refletir a paridade no poder de compra em nossos clientes", afirmou comunicado da Starlink enviado aos assinantes.

Hoje, o serviço da constelação LEO ainda conta com cobertura limitada no Brasil. De forma geral, mais de 3 mil satélites da Starlink já foram colocados em órbita, com estimativa que 2,8 mil estejam operacionais ao redor do globo. Concorrentes da empresa também têm avançado no mercado de baixa órbita – inclusive no que tange parcerias com operadoras tradicionais e transmissões diretas entre satélites e smartphones.

Evento

Nos dias 1 e 2 de setembro TELETIME realiza, no Rio de Janeiro, o Congresso Latinoamericano de Satélites. Um dos temas em debate é a integração entre as redes de satélite eo 5G, que começa com o uso de satélites como backhaul mas, com a evolução do Release 17 do 5G, possibilitará aplicações non-terrestrial de 5G (NTNs), inclusive as redes diretas via satélite, como a que a Starlink e a T-Mobile estão desenvolvendo. Mais informações sobre o evento e sobre os palestrantes em www.satelitesbrasil.com.br

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