A Apple apresentou na quarta-feira, 7, a nova geração do único smartphone (e suas variações) da empresa, o iPhone 14. Mas duas novidades neste modelo chamam a atenção em termos de conectividade: a empresa utilizará comunicação direta de emergência por satélite, e os aparelhos serão equipados apenas com eSIM. Nenhum dos dois estará disponível no Brasil, pelo menos inicialmente.
Para a conexão satelital, a Apple fechou parceria com a norte-americana Globalstar, que utiliza sistema de órbita baixa (LEO) com a banda S (faixa de 2-4 GHz) para se comunicar com os iPhones, o que é feito por meio de um aplicativo que auxilia o apontamento do aparelho em direção ao satélite. Desta forma, o usuário consegue enviar uma comunicação de emergência em um lugar sem cobertura de rede móvel, por exemplo. Ele também poderá ser utilizado para exibir localização do dispositivo pelo aplicativo "Find my iPhone".
Em formulário enviado ao regulador de mercado norte-americano SEC, conforme apontou Mobile Time, o acordo com a Apple utilizará o espectro terrestre da banda 53/n53 com a esperança de "acelerar as implantações terrestres e monetização da banda". A empresa tem essa licença em dez países e cobertura de aproximadamente 750 milhões pontos de presença (POPs), com expectativa de exceder um bilhão de POPs "em curto prazo".
Apesar de a Apple não oferecer o serviço para o Brasil, a Globalstar tem cobertura satelital no País e oferece serviços de comunicação remota e de emergência para dispositivos próprios tradicionais. Segundo a satelital, o acordo representa "uma oportunidade substancial para a companhia". O espectro terrestre nos Estados Unidos é considerado o bem mais valioso pela empresa, mas existe também a possibilidade de que o uso em outros países exceda esse valor.
Nas duas primeiras fases do projeto, serão "pelo menos" 24 satélites Gen-2 ou Fase 2 em órbita e podendo ser acessado a qualquer momento. A Globalstar alocará 85% da capacidade satelital atual e futura para esse serviço.
Como a Apple deixou bem claro na própria apresentação de lançamento do iPhone 14, a comunicação direta com satélite não é um serviço de banda larga, sendo complexo e caro até mesmo o envio de mensagens de texto, pelo menos com a antena do aparelho atualmente. Desta forma, não se trata de um substituto para eventual carência de cobertura móvel tradicional, como a parceria T-Mobile e Starlink pretende ser. Esse acordo, aliás, teve a eficácia questionada na semana passada por participantes do Congresso Latinoamericano de Satélites, evento realizado pela Glasberg Comunicações e organizado por TELETIME.
Sem chip
O iPhone 14 e as variações Pro também trazem como novidade a ausência da bandeja de chip de operadora no modelo para o mercado norte-americano. Ou seja: o dispositivo é equipado exclusivamente com eSIM, e o perfil da operadora é escolhido pelo próprio sistema do smartphone.
Naturalmente, todos eles contam com a tecnologia 5G, mas não há menção no site da Apple se haverá compatibilidade com o padrão standalone que está sendo disponibilizado pelas operadoras no Brasil. O fato é que todas as operadoras têm listadas a possibilidade de eSIM no dispositivo.
Os modelos nacionais do iPhone 14 custam a partir de R$ 7.599, enquanto o modelo Pro sai por R$ 9.499 e R$ 10.499 (no Pro Max). A Apple ainda não informou quando será lançado o aparelho.