A John Deere, uma das principais empresas de maquinário agrícola do mundo, foi uma das estrelas da Satellite 2024, evento realizado esta semana em Washington, e que reúne as principais operadoras e empresas de tecnologia de satélite do mundo.
Para Michael Kool, CEO da John Deere que participou ao lado de CEOs da indústria de satélites, a conectividade é essencial para todo o processo de transformação tecnológica dos equipamentos vendidos pela empresa, e nos lugares em que esses equipamentos são simplesmente não existe conectividade. "75% do Brasil não está conectado", exemplificou ele, citando o País como um dos seus principais mercados.
Em keynote realizado anteriormente, Ryan Krogh, global business manager da John Deere, detalhou o projeto de inovação da empresa e a parceria com a Starlink celebrado no final do ano passado para conectar os veículos agrícolas da empresa. É um projeto que usa satélites não apenas para conectividade (onde entra a Starlink), mas também uma solução avançada de imageamento via satélite e de geoposicionamento satelital, com precisão de meia polegada.
Os três sistemas conversam entre si para indicar ao veículo quais as áreas de melhor densidade para a colheita e já fazem o mapeamento de produtividade do solo e a validação das imagens de satélite para manter o sistema calibrado. "Teremos um sistema de atuação em campo totalmente autônomo em 2030", disse Krogh. Ao mesmo tempo, a John Deere pretende passar de 600 mil máquinas conectadas para 1,5 milhão. "Autonomia precisa de conectividade", diz.
A conectividade na agricultura é apenas parte do crescimento do mercado de land mobility que os operadores de satélites estão apostando. Mineração e transporte de carga também são áreas que estão recebendo especial atenção, sobretudo com o desenvolvimento do mercado de D2D, com mais dispositivos conectados diretamente à rede satelital sem a necessidade de antenas.