Alloha Fibra volta às compras e diminui ritmo na construção de redes FTTH

Diretoria executiva da Alloha Fibra

Holding de provedores regionais com 1,3 milhão de assinantes na banda larga fixa, a Alloha Fibra está diminuindo o ritmo de construção de redes FTTH e voltando a mirar aquisições – ao mesmo tempo que possibilidades estratégicas para a própria empresa são avaliadas pela controladora EB Capital.

Em encontro com a imprensa realizado em São Paulo nesta sexta-feira, 18, o comando da Alloha realizou um balanço da operação – atual quarta colocada no mercado brasileiro de banda larga. No ano, a holding construiu pouco mais de um milhão de casas passadas (HPs) com fibra, ampliando a cobertura para 7,6 milhões de HPs em mais de 270 cidades.

Esta deve ser praticamente a marca de HPs para 2022, visto que a empresa já tirou o pé do acelerador na construção de redes. Com a redução do ritmo replicada em 2023, a ordem será monetizar os investimentos, apontou o CFO da Alloha, Felipe Matsunaga – que classificou como "subótima" a taxa de conversão de HPs (take-up rate) de 17% esperada para o ano.

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Em 2022, a entrada de clientes no grupo ocorreu exclusivamente de forma orgânica (a última aquisição da holding foi a Niufibra, em 2021). Até outubro, cerca de 240 mil assinantes foram adicionados pela companhia – que investiu R$ 600 milhões em capex de expansão de rede no período, totalizando R$ 1 bilhão no chamado "capex caixa".

Até o fim do ano, o montante apenas para expansão de rede deve totalizar R$ 800 milhões, em marca que deve ser mantida no ano que vem – quando aquisições devem voltar para a pauta. "Focamos 100% dos esforços no crescimento orgânico e colocamos muita ênfase nisso, o que nós coloca a possibilidade de retomar equilíbrio entre orgânico e inorgânica a partir de agora", afirmou o CEO da Alloha, Alexandre Moshe.

Já a possibilidade de uma segregação de infraestrutura e clientes da própria empresa foi classificada como algo avaliado apenas pela controladora – ou o fundo EB Capital, que estaria recebendo propostas pelos ativos e gerando interesse entre players do mercado. "Essa avaliação [da segregação] tem que ser feita, mas não muda o que estamos fazendo no dia a dia", afirmou Moshe.

No terceiro trimestre de 2022, a Alloha teve receita líquida de R$ 358 milhões (alta de 6% em um ano), Ebitda de R$ 131 mihões (salto de 41%) e margem Ebitda de 37%, que a empresa espera incrementar para 40% até o fim do ano.

B2B

Hoje, a infraestrutura da Alloha soma mais de 114 mil km de redes, com backhaul de fibra passando por 650 cidades. Maior consolidadora de ativos do mercado de ISPs, a Alloha tem operação dividida em pólos – sendo a Mobwire (junção das cearenses Mob Telecom e Wirelink) a "âncora" em boa parte do País, a partir do Nordeste.

Os demais pólos são liderados por Sumicity no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo e pela VIP Telecom em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul – totalizando nove marcas ativas e que não devem ser descontinuadas por conta de contextos regionais. No momento, as três frentes de negócio têm planos de crescer para o mercado do Centro-Oeste, inclusive com a ida da Sumicity para o mercado de Brasília.

No caso da Mobwire, houve herança de uma vocação B2B da Wirelink que a Alloha espera ver replicada nos demais pólos do grupo, vislumbrando universo de 650 cidades atendidas com backhaul como mercado endereçável. Hoje as receitas do segmento corporativo representam cerca de 20% do faturamento da holding, que espera crescer o número.

Dentro da Mobwire, o B2B já representa 50%. "Mais de 800 provedores negociam com a gente, o que representa quase 4 milhões de clientes atendidos indiretamente", exemplificou o presidente do pólo, Sérgio Ribeiro. Soluções corporativas, nuvem e monitoramento também são nichos atendidos.

Norte Conectado

A empresa ainda é uma das participantes do consórcio neutro da Infovia 00, parte do programa Norte Conectado que conecta Macapá e Santarém (PA). Segundo Ribeiro, há expectativa que o trecho se torne comercialmente ativo muito em breve. A Mobwire também está em processo de credenciamento para operar a Infovia 01, em construção entre Santarém e Manaus e parte do mesmo programa federal.

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