Oi divulga justificativas de minoritário para destituir atual diretoria

Crise da Oi. Foto: Pixabay/Divulgação

A Oi divulgou ao mercado nesta quinta-feira, 16, as justificativas apresentadas pelo acionista minoritário Tempo Capital para destituir o conselho de administração atual. A investidora, que junto com Victor Adler e a VIC DTVM compõem a chapa concorrente para a eleição na assembleia do próximo dia 6 de março, argumentou que a companhia se deteriorou nas mãos da atual diretoria e que não atua em consonância com os desejos dos acionistas.

A Tempo argumenta que o conselho de administração teve papel importante ao longo do processo da RJ, mas que se mantém inalterado desde 2018 e que estaria apresentando resultado "insatisfatório" na geração de valor. Para justificar, coloca que o valor de mercado da Oi em maio de 2021 (antes da efetivação da venda dos maiores ativos, vale destacar), no início do mandato da atual diretoria, era de R$ 10,4 bilhões (US$ 1,9 bilhão), mas que agora é de R$ 959 milhões (US$ 185 milhões). Também coloca que a relação dívida líquida/EBTIDA saltou de 1,81 para 5,37 no mesmo período. 

"Em que pesa a existência de fatores que fogem ao controle da administração, como ineficiências regulatórias e a deterioração de alguns de seus mercados de atuação, existem outros que estavam dentro de suas atribuições e que não foram tratados de maneira satisfatória. Redução de custos, desequilibro na estrutura de capital, adequação da companhia à sua capacidade de geração de caixa, geração de novas receitas, esses são apenas alguns dos desafios que não foram bem endereçados pelo conselho de administração atual."

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Os acionistas minoritários também criticam a comunicação da Oi ao mercado, alegando que teria havido "deficiências" na clareza e completude das informações, bem como no relacionamento proativo com o mercado. "O momento é crítico para a companhia. Conforme informações divulgadas por ela e pela mídia, a Oi está na iminência de ingressar com uma segunda recuperação judicial e passa por um processo de renegociação com seus principais credores financeiros, sem um projeto claro de reestruturação financeira e com a perspectiva de entregar seus últimos ativos de qualidade em troca de uma sobrevida."

Representatividade

A Tempo afirma ter preocupação especial por entender que a composição atual do conselho de administração da operadora não encontraria "respaldo na base acionária da Oi", citando a rejeição da proposta inicial do grupamento de ações como fundamento para essa conclusão. 

Diz ainda que a diretoria não procurou promover o engajamento com os acionistas, e que não há nenhuma figura "de referência" entre os investidores. Por isso, afirma que seriam eles próprios – a Tempo Capital, Victor Adler e VIC DTVM – quem deveria estar no conselho de administração. Dizem que "investem na companha há mais de uma década e têm deveres fiduciários com seus quotistas". Alegam ainda que os indicados na chapa concorrente à administração atual são independentes e têm currículo "respeitados". 

No anexo enviado à CVM, a Tempo afirma ter 2,55% de participação com ações ordinárias da Oi e 0,9% com ações preferenciais. Vale lembrar que outros acionistas minoritários entraram com pedidos de investigação no Ministério Público Federal e na CVM para apurar possíveis manipulações de mercado por parte do conselho de administração da operadora. A própria Oi divulgou na quarta-feira, 15, comunicado se defendendo de acusações e afirmando estar sendo tratada de maneira injusta pelo mercado.

4 COMENTÁRIOS

  1. Estou contigo Adler. Esta direção tem acumulado fatos negativos e isto precisa mudar. Entre tantos vou citar somente a questão dos 10% que ficaram retidos após a venda da OI móvel. Disseram que ficaram estarrecidos com a ação das outras operadoras, inclusive com a cobrança extra de valores bilionários. Hora, ficaram estarrecidos, indignados com a injustiça praticada pelas outras operadoras. Então, só quero ver qual será a decisão da justiça. Sr. Rodrigo Abreu, vai perder essa também?

  2. Que falta a Oi e gestão , duvido que os investidores saibam qual o produto que gera maior receita a está Cia , qual potencial deste mercado para os próximos 5 anos o tamanho do valor da rede de fibra ótica desta empresa que mesmo em dificuldades permite que outras operadoras utilizem última milha em sua rede por um valor e contratos que não geram retorno permitindo assim que concorrentes se destaquem no mercado gerem lucro e paguem altos dividendos com suas ações valoradas 10 vezes mais que a nossa gerando receita e lucro sob nossa rede qual interesse em vender o acesso a rede se posso ter o cliente

  3. Lamentavelmente, da forma como tudo vem sendo conduzido, a Oi irá vender todos os seus ativos, pagar suas dívidas, apagar as luzes, encerrar as atividades e ainda ficar em dívida.
    Esperava mais do Rodrigo Abreu e sua equipe, mas tudo o que se vê na prática são falas incoerentes, manipulação de mercado e justificativas que na maior parte das vezes são as mesmas. Pau nessa diretoria.

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