Fim da RJ ainda não resolve os problemas da Oi, apontam analistas de mercado

Foto: Pixabay

Após o anúncio do fim da recuperação judicial, as ações preferenciais da Oi (OIBR4) encerraram o dia de negociações desta quinta-feira, 15, com alta de 45,45%, sendo cotadas a R$ 0,64, embora tenha chegado ao pico de R$ 0,87. Já as ordinárias (OIBR3) encerraram o pregão com aumento de 35,29%, cotadas a R$ 0,23. Porém, na avaliação de analistas que acompanham os papeis das operadora, a alta de dois dígitos aconteceu porque o preço do papel é muito baixo, e qualquer variação de centavos já leva a esse patamar – o grupamento das ações no fator de 10 para 1 só será concretizado no dia 9 de janeiro de 2023. Mas não há uma percepção necessariamente otimista a respeito do futuro da empresa.

Um dos principais pontos é que a Oi sai da recuperação judicial já com uma dívida bruta significativa de R$ 21,9 bilhões (segundo último relatório trimestral) e prestes a passar por uma nova renegociação, uma vez que a empresa contratou a assessoria da Moellis para isso. Uma das fontes consultada por TELETIME disse que causou surpreendeu a decisão do juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, de encerrar o processo ainda com essa pendência. Outra fonte avaliou que a decisão apresentou uma visão congelada em 2020, sem considerar essas questões ainda não resolvidas.

O cenário de uma empresa que ainda precisa lutar para sobreviver também não seria atrativo, apontam as fontes ouvidas por esse noticiário. A expectativa de que a companhia possa acessar o mercado de capitais e buscar por mais investidores internacionais após sair da RJ acabaria não se mostrando viável, avalia um especialista. "Como alguém vai dar dinheiro para a empresa se sabe que já recomeçou outro processo de renegociação de dívida?", coloca.

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Arbitragens

As incertezas também não foram dissipadas, dizem os analistas. A operadora continua tendo que enfrentar dois grandes processos de arbitragem: um com a Anatel, envolvendo a sustentabilidade da concessão e que pode (ou não) resultar em um saldo positivo mesmo após a migração para o novo modelo; e outro com a Claro, TIM e Vivo, que disputam o preço final da Oi Móvel. Essas questões não chegaram a ter novidades divulgadas nos comunicados da empresa nesta quinta-feira. 

Porém, mesmo com a possibilidade de a Oi sair vitoriosa desses processos, pode não ser o suficiente para arrefecer os ânimos diante de uma dívida ainda volumosa de R$ 21,9 bilhões. Conforme contou a este noticiário uma fonte de mercado, até um eventual desinvestimento da participação na V.tal em uma oferta pública de ações (IPO) da companhia de infraestrutura poderia não bastar, até por comprometer a geração futura de caixa. Com o EBITDA da companhia, a alavancagem ficaria entre 5x a 6x. 

A previsão de nova renegociação desagradou bancos credores, que tentaram prorrogar a recuperação judicial da Oi, mas o TJ-RJ negou provimento. O receio é, claro, que as novas condições na renegociação possam significar abatimentos ou rolamentos da dívida ainda maiores. No comunicado enviado à imprensa, o presidente da Oi, Rodrigo Abreu, deixou claro que um dos maiores desafios seguintes é justamente a busca da "continuidade das negociações com nossos credores financeiros, visando a otimização do perfil de endividamento e a busca de sustentabilidade e viabilidade de longo prazo".

1 COMENTÁRIO

  1. Faltou juízo do juiz, se tem depósito judicial, mande pagar ,pois já foi transitado e julgado, muito difícil acreditar nesse país.

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